Economia

Governo tem superávit de R$ 44 bilhões, melhor janeiro da série histórica

Para 2020, a meta fiscal permite um déficit de até R$ 124,1 bilhões nas contas do Governo Central. que reúne Tesouro, Previdência Social e Banco Central

Brasil: alta na arrecadação de janeiro ajudou a fazer superávit crescer (Ingo Roesler/Getty Images)

Brasil: alta na arrecadação de janeiro ajudou a fazer superávit crescer (Ingo Roesler/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de fevereiro de 2020 às 10h54.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2020 às 11h14.

São Paulo — O caixa do Governo Central registrou um superávit primário de R$ 44,124 bilhões em janeiro, o melhor desempenho para o mês na série histórica, iniciada em 1997, conforme o Tesouro Nacional. O resultado, que reúne as contas do Tesouro, Previdência Social e Banco Central, sucede o déficit de R$ 14,637 bilhões de dezembro. Em janeiro de 2019, o resultado havia sido positivo em R$ 30,030 bilhões.

O resultado de janeiro ficou acima das expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um superávit de R$ 38 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 19 instituições financeiras. O dado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas, que eram de superávit de R$ 26,292 bilhões a R$ 47,800 bilhões.

Receitas

O valor de janeiro representa alta real de 3,9% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram queda real de 3,3%.

Em 12 meses, o Governo Central apresenta um déficit de R$ 83,7 bilhões, equivalente a 1,11% do PIB.

Para 2020, a meta fiscal admite um déficit de até R$ 124,1 bilhões nas contas do Governo Central. Em 2019, o rombo do Governo Central ficou em R$ 95,065 bilhões.

Composição

As contas do Tesouro Nacional - incluindo o Banco Central - registraram um superávit primário de R$ 59,520 bilhões em janeiro, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro.

Já o resultado do INSS foi um déficit de R$ 15,396 bilhões no mês passado.

As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 193 milhões em janeiro.

Teto de gastos

As despesas sujeitas ao teto de gastos subiram 0,8% em janeiro na comparação com igual período de 2018, segundo o Tesouro Nacional.

Pela regra, o limite de crescimento das despesas do governo é a variação acumulada da inflação em 12 meses até junho do ano passado. Porém, como o governo não ocupou todo o limite previsto em anos anteriores, na prática há uma margem para expansão de até 5,9%.

Apesar do enquadramento prévio das despesas do governo federal ao teto, alguns poderes e órgãos começaram o ano fora dos limites individualizados - todos devem respeitar o limite de gastos no acumulado do ano. É o caso, por exemplo, do Senado, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), da Justiça Eleitoral e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Regra de ouro

O Tesouro Nacional revisou a projeção de insuficiência para o cumprimento da regra de ouro em 2020. O Tesouro estima uma insuficiência de R$ 341 bilhões para o cumprimento da regra de ouro neste ano, podendo cair para R$ 78,8 bilhões com carregamento de parte da devolução de recursos do BNDES (R$ 81 bilhões) e do superávit financeiro do Banco Central (R$ 162,6 bilhões) - além de R$ 18,6 bilhões em outras fontes - de 2019 para este ano.

Até o mês passado, o Tesouro previa uma insuficiência de R$ 342,1 bilhões para o cumprimento da regra de ouro em 2020, que poderia cair para 79,9 bilhões com o uso de superávits financeiros do ano passado.

Dívida

O Tesouro Nacional também revisou a projeção para a evolução do endividamento público neste e nos próximos anos. Para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) de 2020, a estimativa passou de 78 2% do PIB para 77,9% do PIB. Para 2021, a projeção para a dívida bruta passou de 77,9% do PIB para 78,2% do PIB.

Pelas novas estimativas do Tesouro, o pico para a dívida bruta deve ocorrer em 2023, quando a DBGG alcançará 79,4% do PIB. A partir de então, a dívida bruta deve retomar trajetória de queda para 72,5% do PIB em 2029.

Já para a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), o Tesouro revisou a projeção de 2020 de 58,1% do PIB para 58,4% do PIB. Para 2021, a projeção para a dívida líquida passou de 59,9% do PIB para 60,6% do PIB.

Pelas novas estimativas do Tesouro, o pico para a dívida líquida deve ocorrer em 2025, quando a DSLP alcançará 66,4% do PIB. A partir de então, a dívida líquida deve retomar trajetória de queda, para 64,7% do PIB em 2029.

Acompanhe tudo sobre:Brasileconomia-brasileiraTesouro Nacional

Mais de Economia

China proíbe montadoras de usar termos como 'direção inteligente' e 'direção autônoma'

FMI não espera uma recessão neste ano, apesar das tarifas

Petrobras anuncia redução do preço do diesel para distribuidoras

Silveira fala em ambiente favorável para redução no preço dos combustíveis promete 'boas notícias'