Economia

Governo tem déficit primário de R$ 21 bilhões em março

Resultado é o segundo pior para o mês de março desde o início da série história; em 2019, meta do déficit é de R$ 139 bilhões

Déficit do chamado Governo Central reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social (Paulo Whitaker/Reuters)

Déficit do chamado Governo Central reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social (Paulo Whitaker/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 29 de abril de 2019 às 15h32.

Última atualização em 29 de abril de 2019 às 17h51.

O caixa do governo central registrou um déficit primário de R$ 21,108 bilhões em março, o segundo pior desempenho para o mês da série histórica, que tem início em 1997. O resultado reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central. Em março de 2018, o resultado havia sido negativo em R$ 24,495 bilhões.

O resultado de março veio um pouco melhor do que a mediana das expectativas do mercado financeiro, que apontava um déficit de R$ 23,350 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 20 instituições financeiras. O dado do mês passado ficou dentro do intervalo previsto, de déficit de R$ 30 bilhões a R$ 12,8 bilhões.

No primeiro trimestre, o resultado primário foi de déficit de R$ 9,307 bilhões, o melhor resultado para o período desde 2015.O  déficit dos três meses juntos acaba sendo menor devido aos resultados melhores de janeiro e fevereiro. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 12,871 bilhões.

Em 12 meses, o governo central apresenta um déficit de R$ 118,6 bilhões - equivalente a 1,68% do PIB. Para este ano, a meta fiscal admite um déficit de até R$ 139 bilhões nas contas do Governo Central.

As contas do Tesouro Nacional - incluindo o Banco Central - registraram um superávit primário de R$ 1,489 bilhão em março. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 42,175 bilhões.

A economia, porém, foi, de longe, insuficiente para cobrir o rombo do INSS, que teve um déficit de R$ 22,597 bilhões no mês passado. De janeiro a março, o resultado foi negativo em R$ 51 482 bilhões.

As contas apenas do Banco Central tiveram superávit de R$ 52 milhões em março e de R$ 95 milhões no acumulado do ano até o mês passado.

Receitas e despesas

O resultado de março representa alta real de 1,3% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 1,2%. No ano até março, as receitas do governo central subiram 1,3% ante igual período de 2018, enquanto as despesas aumentaram 1,6% na mesma base de comparação.

As despesas sujeitas ao teto de gastos aprovado pela Emenda Constitucional 95 subiram para 3,3% no ano até março em comparação com igual período de 2018, segundo o Tesouro Nacional. Pela regra, o limite de crescimento das despesas do governo é de 9,3% neste ano.

Apesar do enquadramento prévio das despesas do governo federal ao teto, alguns poderes e órgãos estão fora dos limites individualizados - todos devem respeitar o limite de gastos. É o caso, por exemplo, da Justiça Militar, cujas despesas subiram 9 5% ante limite de 7%, e do Ministério Público da União, que teve aumento de 11,1% ante 5,5% permitido.

Acompanhe tudo sobre:BrasilDéficit públicoGoverno Bolsonaro

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor