Real: segundo a fonte, as primeiras medidas devem ser relativas a cortes de despesas de custeio (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2015 às 20h49.
Brasília - O governo só deve começar a anunciar cortes de despesas administrativas a partir do início da próxima semana, apesar de o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), ter afirmado na véspera que essas medidas já começariam a ser apresentadas nesta sexta-feira.
Segundo uma fonte, que participa da articulação política do governo e falou sob condição de anonimato, as primeiras medidas devem ser relativas a cortes de despesas de custeio. "As mudanças nos ministérios devem requerer mais tempo", disse a fonte nesta sexta-feira.
Entre esses cortes em despesas administrativas estariam gastos com funcionários terceirizados, cargos comissionados e despesas de rotina como em transportes e comunicações.
A fonte estima que somente as medidas de enxugamento no custeio poderão responder por um terço da redução total de custos que o governo pretende obter.
O Executivo enviou ao Congresso Nacional o Orçamento de 2016 com a estimativa de déficit primário de 30,5 bilhões de reais e depois se comprometeu a fazer cortes e ajustes para atingir a meta de superávit para o ano que vem, equivalente a 0,7 por cento do PIB. O governo também vem discutindo formas de aumentar a arrecadação, entre elas a criação de impostos ou elevação de alíquotas de tributos já existentes.
Dias depois do envio do Orçamento ao Congresso a nota de crédito do país foi rebaixada pela agência de classificação de riscos Standard & Poor's, o que tirou do Brasil o selo de bom pagador pela agência.
Entre os motivos apontados pela S&P para o rebaixamento do rating soberano do Brasil está o Orçamento da União enviado ao Congresso.
No final do mês passado o governo anunciou que faria uma reforma administrativa, incluindo a meta de cortar 10 ministérios dos atuais 39 existentes, mas até agora nenhuma medida nesse sentido foi anunciada.
A tentativa do governo de reequilibrar suas contas ocorre em meio a uma recessão e uma crise política com a base governista no Congresso, além da baixa recorde na popularidade da presidente.