Economia

Governo retoma proposta que permite bloquear emendas parlamentares

Medida foi incluída em pacote de corte de gastos; Congresso tinha excluído possibilidade em proposta que regulamentou emendas

Congresso Nacional: controle de gastos públicos e aumento de produtividade dependem da aprovação de propostas no Legislativo (Leandro Fonseca/Exame)

Congresso Nacional: controle de gastos públicos e aumento de produtividade dependem da aprovação de propostas no Legislativo (Leandro Fonseca/Exame)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 30 de novembro de 2024 às 11h16.

O governo retomou a tentativa de autorizar o bloqueio de emendas parlamentares na mesma proporção de outras despesas discricionárias (não obrigatórias) do Poder Executivo. A possibilidade havia sido incluída anteriormente pelo governo no projeto de lei que amplia a rastreabilidade das verbas de emendas, mas foi retirado pelos deputados em votação final na Câmara.

Agora, o Ministério da Fazenda incluiu novamente o termo “bloqueio de emendas” na proposta que procura reequilibrar as contas públicas do governo, ampliando a margem de corte pelo Executivo.

O projeto de lei complementar que faz parte do pacote de corte de gastos do governo foi protocolado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), na noite desta sexta-feira. No texto, o governo incluiu o seguinte trecho:

“Ficam autorizados o contingenciamento e o bloqueio de dotações de emendas parlamentares até a mesma proporção aplicada às demais despesas discricionárias, limitados a 15% (quinze por cento) das dotações identificadas como emendas, com vistas a atender ao disposto nas normas fiscais vigentes”.

Na lei sobre rastreabilidade de emendas parlamentares, os deputados haviam deixado o texto apenas com a expressão “contingenciamento”.

Apesar de parecer sutil, a mudança proposta pelo governo aumenta a margem de corte nos valores. Na prática orçamentária, o termo “bloqueio” permite o corte de verbas quando as despesas do país se elevam, o que acontece com frequência.

Já o termo “contingenciamento” permite o corte de verbas apenas quando existe uma queda nas receitas do país, o que é mais difícil de acontecer. Para o governo, portanto, é melhor garantir uma liberdade maior na frequência de cortes, com os “bloqueios”.

Acompanhe tudo sobre:Ministério da FazendaCongresso

Mais de Economia

Subsídios na China fazem vendas de eletrônicos crescer até 400% no ano novo lunar

Conta de luz não deve ter taxa extra em 2025 se previsão de chuvas se confirmar, diz Aneel

Após receber notificação da AGU, TikTok remove vídeo falso de Haddad

Governo pode perder até R$ 106 bi com renegociação de dívida dos estados, estima Tesouro Nacional