Economia

Governo resgata R$ 855,9 milhões do Fundo Soberano

Tesouro informou que o dinheiro foi necessário e já estava na contabilidade da equipe econômica para ajudar no resultado das contas públicas


	Dinheiro: o uso do dinheiro constava nas estimativas de receitas com venda de ativos
 (Getty Images)

Dinheiro: o uso do dinheiro constava nas estimativas de receitas com venda de ativos (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2015 às 18h45.

Brasília - Com grande dificuldade de caixa, o Tesouro Nacional teve que resgatar R$ 855,99 milhões do Fundo Soberano do Brasil (FSB) para garantir o cumprimento da meta fiscal de 2015.

O Tesouro informou que o dinheiro foi necessário e já estava na contabilidade da equipe econômica para ajudar no resultado das contas públicas deste ano.

Segundo o órgão, a previsão de saque constava no relatório de avaliação de despesas e receitas do Orçamento deste ano encaminhado ao Congresso Nacional.

O uso do dinheiro constava nas estimativas de receitas com venda de ativos. Mas o resgate do dinheiro do FSB não estava explicitado no relatório para não prejudicar a estratégia do governo para esse grupo de receitas.

A meta do Governo Central, que reúne as contas do Tesouro, INSS e Banco Central, é de déficit de R$ 51,8 bilhões - 0,90% do Produto Interno Bruto (PIB).

A regra fiscal para 2015, que foi alterada este mês, permite ainda uma abatimento de R$ 11 bilhões com a frustração de receitas com o leilão das hidrelétricas e R$ 57 bilhões com o pagamento das chamadas "pedaladas" fiscais - atrasos nos repasses de recursos para os bancos públicos e o FGTS.

Ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o Tesouro negou que o dinheiro do FSB será usado para o pagamento das pedaladas.

Depois do resgate de R$ 855,99 milhões, o FSB tem ainda R$ 1,6 bilhão em ações do Banco do Brasil. Mas o Tesouro informou que não há estratégia em relação ao fundo para 2016.

Os recursos do FSB estavam depositados num fundo privado administrado pelo Banco do Brasil, o Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE).

O Fundo Soberano é cotista único do FIEE. O FSB é uma poupança que o governo fez em 2008 para ser usada quando necessária. Na época da criação do FSB, o governo tinha também a intenção de usar o fundo para alavancar investimentos.

Em 2012, o FSB foi utilizado nas manobras contábeis promovidas pela equipe do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, para melhorar as contas do governo no final do ano. Com essas operações, o fundo acabou ficando recheado de ações, o que acabou prejudicando a sua gestão.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaGovernoOrçamento federalTesouro Nacional

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto