Economia

Governo reduz subvenção a algodão e milho

Redução dos valores pelo governo causou frustração na cadeia produtiva


	Colheita de milho no Mato Grosso: total liberado para o milho caiu de 500 milhões de reais para 300 milhões de reais
 (Mayke Toscano/Secom-MT)

Colheita de milho no Mato Grosso: total liberado para o milho caiu de 500 milhões de reais para 300 milhões de reais (Mayke Toscano/Secom-MT)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2014 às 13h14.

São Paulo - O <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/governo">governo</a></strong> federal liberou 250 milhões de reais para a realização de <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/leiloes">leilões</a></strong> públicos de subvenção aos preços de <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/algodao">algodão</a></strong> em pluma da safra 2013/14, após prometer publicamente 300 milhões, e reduziu em 40 por cento os recursos disponíveis para sustentar o mercado de <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/milho">milho</a></strong> este ano.</p>

O total liberado para o milho caiu de 500 milhões de reais para 300 milhões de reais, segundo portaria interministerial publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União.

O apoio aos setores de algodão e milho será feito por meio do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), em que o governo, em momentos de baixa das cotações, paga ao produtor a diferença entre o valor de comercialização do produto e o preço mínimo oficial.

No início do mês, o Ministério da Agricultura havia anunciado destinação de 300 milhões de reais para leilões de Pepro de algodão. "O ministério recuou e trouxe o valor de 250 milhões com a promessa de que, se necessário, vai complementar. Estamos bastante tranquilos e confiantes na palavra do ministro", disse à Reuters o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso.

Segundo o executivo, o pedido inicial --que havia recebido uma sinalização positiva do ministério-- era de Pepro no valor de 450 milhões de reais, suficientes para apoiar a comercialização de 1 milhão de toneladas de pluma da safra 2013/14 que ainda não foram comercializados.

"O mercado está parado, esperando esses Pepros. O produtor está segurando para poder comercializar. A indústria também está comprando 'da mão para a boca'. Com esse Pepro o mercado deve deslanchar", disse Pinesso.

Ele estima que o primeiro edital com detalhes dos leilões seja publicado até a próxima segunda-feira.

Procurado, o Ministério da Agricultura não se manifestou imediatamente sobre o assunto.

Milho

A portaria publicada nesta quarta-feira pelos ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Planejamento reduziu para 300 milhões de reais os valores destinados ao Pepro de milho da safra 2013/14, ante 500 milhões definidos em portaria publicada no dia 6 de agosto.

Os leilões de Pepro vinham sendo reivindicados pelo setor produtivo para ajudar a escoar o grão, principalmente em regiões remotas de Mato Grosso, onde os custos de transporte rumo a portos e indústrias pode superar o preço pago pelo produto.

"Se reduzir o Pepro, certamente vai ter impacto no mercado... As exportações de milho estão indo bem. Não sei até que ponto o Pepro empurra, mas certamente você só viabiliza exportação de Mato Grosso se tiver Pepro", disse o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes.

O primeiro leilão de Pepro de milho deste ano foi realizado pelo governo em 20 de agosto.

Desde então, o Ministério da Agricultura já ofertou prêmios de subvenção para 6,35 milhões de toneladas do cereal, incluindo o leilão previsto para a quinta-feira.

A safra brasileira de milho em 2013/14 atingiu 79,9 milhões de toneladas, bem perto do recorde de 81,5 milhões de 2012/13. A ampla oferta contribui fortemente para derrubar as cotações do grão no mercado brasileiro, que operam no menor patamar em quatro anos.

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