Joaquim Levy: o ministro acrescentou que as debêntures de infraestrutura são um título da dívida com "'prêmiozinho' a mais" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 12h04.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacou nesta segunda-feira, 23, como um dos desafios do governo a transformação das debêntures de infraestrutura em papéis de longo prazo.
"Essa é uma oportunidade extraordinária para os fundos de pensão e seguradoras", disse o ministro, em evento na Câmara de Comércio França-Brasil, na capital paulista.
Levy acrescentou que as debêntures de infraestrutura são um título da dívida com "'prêmiozinho' a mais". "Lanço o desafio às instituições para que essas debêntures se tornem um ativo internacional", disse.
Ainda segundo o ministro, a dívida pública local detida por investidores internacionais é quase 20%, especialmente, em NTN-B.
De acordo com Levy, a equipe econômica tem de mostrar que o Brasil é um país seguro. "Daí o foco no fiscal", reforçou. Ele disse ainda que essa é uma possibilidade para se ganhar valor para o País, e detentores de poupança.
"Segurança fiscal é a base da estabilidade da moeda e dos preços."
O ministro afirmou também que nos últimos 15 anos a responsabilidade fiscal passou a ser percebida como "extremamente importante". "Pode ter tido uma 'escorregadinha', mas a realidade se aflora", afirmou.
De acordo com Levy, quando se consegue estabilidade fiscal, novos projetos passam a ser viáveis. Para ele, esse comprometimento com lado fiscal vai levando os juros futuros a caírem, especialmente na curva longa.
Pilares
Levy citou três pilares em que, segundo ele, a economia se baseia. O primeiro é a responsabilidade fiscal e monetária; o segundo pilar, é o social; e o terceiro é o empreendedorismo.
"A economia madura tem esses três pilares e agora temos de trabalhar para as leis serem votadas", ponderou.
Swaps
Levy disse que o Banco Central "tem procurado estabilizar a moeda" e "tem sido atuante para tentar diminuir a volatilidade", do câmbio, com programa de swaps.
"Os swaps não estão sendo adotados para guiar a taxa de câmbio, mas para reduzir a volatilidade."
Levy também destacou que, no contexto de melhorias de fundamentos macroeconômicos que o Brasil apresenta, o "câmbio não está mais em R$ 1,60, mas pouco acima de R$ 2,60."
Levy participou, na manhã desta segunda-feira, 23, de evento em São Paulo com empresários promovido pela Câmara do Comércio França-Brasil.