Economia

Governo quer convencer Senado sobre modelo de privatização da Eletrobras

As bancadas das Regiões Norte e Nordeste têm mostrado forte oposição à iniciativa em seus moldes atuais e a proposta pode enfrentar resistência

Eletrobras: projeto para a privatização da estatal já foi entregue à Câmara dos Deputados, mas ainda espera (SOPA Images/Getty Images)

Eletrobras: projeto para a privatização da estatal já foi entregue à Câmara dos Deputados, mas ainda espera (SOPA Images/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 10 de janeiro de 2020 às 20h24.

O governo vai se colocar à disposição do Senado para esclarecer questionamentos a respeito do atual modelo proposto para a privatização da Eletrobras assim que o Congresso voltar do recesso, afirmou à Reuters nesta sexta-feira o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Um projeto de lei com a proposta de desestatização foi enviado pelo Poder Executivo ao Congresso no início de novembro, mas ainda não começou a tramitar na Câmara, onde aguarda despacho do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Em dezembro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) afirmou que as bancadas das Regiões Norte e Nordeste têm mostrado forte oposição à iniciativa em seus moldes atuais e afirmou que a matéria não seria aprovada na Casa se o governo não construísse uma nova modelagem.

"A nossa estratégia é continuar esclarecendo, já fizemos esse trabalho intenso com boa parte das lideranças na Câmara dos Deputados, já tive também uma reunião com o presidente do Senado Davi Alcolumbre, no final do ano passado, tratando do assunto Eletrobras, e colocando à disposição dele o ministério, o governo como um todo", afirmou Albuquerque.

No final de dezembro, a Reuters publicou que o governo ainda não trabalhava com a hipótese de um plano B para a privatização, mesmo após as declarações de Alcolumbre, com informação de fontes próximas do assunto.

Nesta sexta-feira, Albuquerque frisou que o governo se colocará à disposição do Senado para prestar os esclarecimentos necessários "tão logo o Congresso volte" do recesso.

A proposta do governo Jair Bolsonaro prevê capitalizar a companhia por meio da emissão de novas ações, em operação que diluiria a participação do governo na empresa a uma posição minoritária.

A Eletrobras então usaria os recursos levantados com a transação, estimados em cerca de 16 bilhões de reais, para pagar ao Tesouro um bônus em troca da assinatura de novos contratos de concessão para suas hidrelétricas, com maior prazo e condições mais favoráveis.

Acompanhe tudo sobre:EletrobrasPrivatizaçãoSenado

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto