Usina hidrelétrica de Furnas: o governo pretende arrecadar cerca de 17 bilhões de reais com o certame (REUTERS/Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2015 às 13h23.
São Paulo - O leilão no qual o governo federal oferecerá a investidores hidrelétricas existentes, cujos contratos de concessão venceram e não foram renovados, deve atrair forte competição, disse o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, nesta sexta-feira.
"Temos conversado e sentido interesse grande dos concessionários atuais (que detinham as concessões e administram as usinas temporariamente até o leilão), mas também de outros agentes em participar da disputa... também tenho percebido interesse dos agentes financeiros em participar desse processo", disse Barata a jornalistas no intervalo de reunião no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
Segundo ele, o Ministério da Fazenda tem atuado "em permanente contato com grandes bancos e grandes agentes financeiros" para atrair investidores para a licitação, agendada para 30 de outubro.
O governo pretende arrecadar cerca de 17 bilhões de reais com o certame, um valor que, de acordo com Barata, seria pago ao governo a título de bonificação pela outorga das usinas, em duas parcelas.
"A primeira em 14 de dezembro e a segunda parcela seis meses depois", afirmou.
Serão oferecidos no certame cinco lotes de empreendimentos, incluindo hidrelétricas cuja concessão pertencia a empresas como Copel, Cemig, Cesp e Furnas. As maiores usinas entre as que farão parte da licitação são as de Jupiá e Ilha Solteira, da Cesp, e Três Marias, da Cemig.
Ativos mais valiosos
O presidente da Cesp, Mauro Arce, estimou que as usinas da estatal paulista, que estão no Lote E do leilão, representariam sozinhas o pagamento de 14 bilhões de reais em outorga ao governo federal, considerando a estimativa total do Ministério de Minas e Energia e o tamanho dos empreendimentos hoje com a estatal paulista.
Com isso, a empresa busca parceiros com fôlego financeiro para viabilizar sua presença na disputa, com o objetivo de seguir à frente de suas usinas por mais 30 anos.
"A maioria deles (possíveis parceiros) são empresas de fora, mas que já têm algum interesse no Brasil. Chineses, italianos, canadenses, temos conversado", disse Arce a jornalistas.