Economia

Governo pode ter uma mulher no Tesouro

A ex-secretária municipal da Fazenda do Rio de Janeiro e atual presidente do Instituto Pereira Passos (IPP), Eduarda La Rocque, deverá ser a indicada


	Eduarda La Rocque: a Secretaria do Tesouro nunca teve uma mulher no seu comando
 (Eduardo Monteiro/EXAME.com)

Eduarda La Rocque: a Secretaria do Tesouro nunca teve uma mulher no seu comando (Eduardo Monteiro/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2014 às 08h00.

Brasilia - Depois de escolher Joaquim Levy para comandar o Ministério da Fazenda durante seu segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff poderá ter, pela primeira vez, uma mulher ocupando um cargo estratégico na equipe econômica.

A ex-secretária municipal da Fazenda do Rio de Janeiro e atual presidente do Instituto Pereira Passos (IPP), Eduarda La Rocque, deverá ser a indicada pela presidente para comandar a Secretaria do Tesouro Nacional, como revelou ontem o jornal O Estado de S. Paulo.

É importante destacar que, durante parte do segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na primeira gestão de Dilma, a função foi ocupada por Arno Augustin. Ele assumiu o posto em 2007 e se tornou um protagonista da equipe econômica durante a gestão de Guido Mantega na Fazenda.

Criada em 1986, a Secretaria do Tesouro nunca teve uma mulher no seu comando.

Apenas homens, incluindo o próprio Joaquim Levy, titular de janeiro de 2003 a março de 2006, no primeiro mandato de Lula e sob o comando do então ministro da Fazenda Antônio Palocci.

Aos 44 anos, Eduarda tem um currículo reconhecido pelo mercado. Nascida em Uberaba, em Minas Gerais, mas criada e radicada no Rio de Janeiro, ela se graduou e fez doutorado na PUC carioca.

Começou a trabalhar no banco BBM, convidada por Sérgio Werlang, e deslanchou na instituição.

Foi responsável pela criação de um sistema de gestão de riscos que lhe deu boa fama no mercado e levou à criação de sua empresa, a Risk Control, da qual se retirou em 2008.

Prefeitura

A entrada no meio político aconteceu em 2008, durante a campanha municipal do Rio, quando integrou a equipe responsável por bolar o plano econômico do candidato verde Fernando Gabeira.

Eduardo Paes acabou se elegendo prefeito e convidou Eduarda para chefiar sua secretaria de Fazenda.

Um dos patrocinadores dessa indicação foi Joaquim Levy que, na época era secretário estadual de Fazenda no Rio. O governo era chefiado por Sérgio Cabral Filho, também do PMDB, como Paes.

Foi normal que as duas administrações acabassem trocando figurinhas sobre um perfil para a secretaria municipal que dialogasse com o estadual.

Na secretaria municipal, ficou conhecida pela austeridade e pela inovação. Implantou o "Nota Carioca", semelhante ao "Nota Paulista" para reduzir evasão fiscal.

Mas chamou mais a atenção quando negociou um inédito empréstimo de US$ 1 bilhão com o Banco Mundial - volume inédito nos empréstimos da instituição -, que foi decisivo para que a cidade se recuperasse financeiramente e obtivesse grau de investimento dado por três agências internacionais de rating.

Em 2012, assumiu o comando do Instituto Pereira Passos, órgão da prefeitura do Rio, que tem as tarefas de planejamento urbano, produção cartográfica e de estatísticas do Rio. Eduarda também atua na área do desenvolvimento sustentável e meio ambiente.

Na sua página no Facebook, destacou a participação, em setembro, da caminhada pelo clima, em Nova York, junto com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Segundo sua postagem, "foi o maior protesto sobre o tema nos últimos cinco anos".

"A movimentação foi para transformar a mudança climática de preocupação ambiental para um assunto de todos. Houve caminhadas como essa em mais 161 países - entre eles o Brasil."

E postou uma foto segurando um cartaz com os dizeres "climate action now" (ação climática agora). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffMinistério da FazendaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresTesouro Nacional

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto