Economia

Governo pode liberar até R$60 bi em crédito, dizem fontes

O governo pode liberar até 60 bilhões de reais em crédito por meio de bancos públicos e do FGTS como parte de um plano para estimular a economia, dizem fontes


	Notas de real: medida deverá ser anunciada na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão
 (Uelder-ferreira/Thinkstock)

Notas de real: medida deverá ser anunciada na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão (Uelder-ferreira/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2016 às 16h43.

Brasília - O governo federal pode liberar até 60 bilhões de reais em crédito por meio de bancos públicos e do FGTS como parte de um plano para estimular a economia brasileira enfraquecida, disseram duas fontes de alto escalão do governo nesta quarta-feira.

A medida deverá ser anunciada na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, na quinta-feira, quando também serão revelados planos para tirar a economia daquela que pode ser a pior recessão em um século.

"O número pode ir a 60 bilhões (de reais), mas ainda temos que fechar esses detalhes", disse uma fonte, que solicitou anonimato porque não tem autorização para falar publicamente sobre o assunto. "Esse crédito não vai ter impacto fiscal, o Tesouro não vai colocar mais capital nos bancos." Em dezembro, o governo pagou dívidas no valor de 56 bilhões de reais ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Essa liquidez adicional dos bancos públicos e do FGTS será usada para abrir novas linhas de crédito a empresas de construção, fazendeiros, exportadores e produtores de maquinário e outros bens de capital, disse uma das fontes. O governo também está considerando um programa que permita que trabalhadores usem parte de seu FGTS para garantir empréstimos mirando o setor imobiliário.

O governo da presidente Dilma Rousseff acredita que o novo crédito vai ajudar empresas a manter seus empregados, após o fechamento recorde de 1,5 milhão de postos de trabalho no Brasil no ano passado.

Economistas vêm afirmando que novos estímulos ao crédito podem dificultar a missão do Banco Central de controlar a inflação, que superou 10 por cento e atingiu o maior nível em 12 anos em 2015.

Em relatório nesta quarta-feira, a agência de classificação de risco Fitch disse que a maior liquidez nos bancos públicos provavelmente não incentivará o crescimento dos empréstimos no Brasil devido à severa recessão e à demanda fraca por crédito.

Acompanhe tudo sobre:BancosCréditoFGTSFinançasGoverno

Mais de Economia

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1