Economia

Governo pode dar isenção para empresas que comprarem vacinas, diz Guedes

Guedes sugeriu a isenção das doações como forma de estimular as empresas a entregar vacinas ao SUS caso a imunização privada torne-se legal

Paulo Guedes: ele também apresentou, durante a audiência, as medidas do governo em apoio a empresas prejudicadas pela crise sanitária (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Paulo Guedes: ele também apresentou, durante a audiência, as medidas do governo em apoio a empresas prejudicadas pela crise sanitária (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de março de 2021 às 15h51.

Última atualização em 25 de março de 2021 às 15h59.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta quinta-feira, 25, que empresários recebam isenções nas doações de vacinas contra covid-19 ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A compra de vacinas pelo setor privado só é permitida se todas as doses forem doadas ao SUS, de modo a acelerar a imunização de grupos prioritários para que, então, as empresas estejam autorizadas a imunizar seus funcionários. Há pressão de empresários, no entanto, para mudar a regra.

Durante audiência pública virtual da comissão temporária do Senado que trata da pandemia, Guedes sugeriu a isenção das doações como forma de estimular as empresas a entregar vacinas ao SUS caso a imunização privada torne-se legal.

"Nossos empresários têm capacidade de ir lá fora e comprar sobras de vacina", observou Guedes aos senadores.

Ao tratar da promessa do governo de acelerar o ritmo de vacinação, o ministro da Economia afirmou que, com 1 milhão de vacinas por dia, como promete o Ministério da Saúde, todos os idosos estarão vacinados em pouco mais de um mês.

Ele também apresentou, durante a audiência, as medidas do governo em apoio a empresas prejudicadas pela crise sanitária. Entre elas, citou, está a possibilidade de permitir a rolagem da dívida de setores mais afetados. A ajuda também pode vir pelo alívio de multas cobradas pela Receita Federal, informou Guedes.

"Teremos de rever tudo isso. Obviamente, não tem como pedir para pagar multa, temos de rever isso com a Receita", disse Guedes, pedindo também que os senadores trabalhem junto com o governo para elaborar medidas voltadas para o turismo, setor atingido em cheio pelo isolamento social.

Num momento de afago aos parlamentares, o ministro saudou o Congresso pela aprovação de matérias como a independência do Banco Central, a PEC emergencial e o marco do saneamento. São avanços, disse o ministro, que ajudam a reduzir incertezas econômicas, além de evitar, no caso do BC, que uma inflação considerada temporária torne-se permanente.

Guedes fala em até R$ 30 bi em crédito à pequena empresa com garantias do governo

Ao elencar medidas de apoio ao setor privado diante do impacto pesado da pandemia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, informou nesta quinta-feira, 25, que o governo segue trabalhando em garantias para as micro e pequenas empresas conseguirem captar recursos nos bancos a taxas de juro mais reduzidas.

Durante audiência pública virtual da comissão temporária do Senado que trata da pandemia, o ministro reforçou a ideia de utilizar recursos que sobraram do Fundo Garantidor de Investimentos (FGI).

Nas contas de Guedes, entre 3 bilhões e 4 bilhões de reais em garantias do fundo público permitiriam um acesso a crédito na faixa de 20 bilhões a 30 bilhões de reais pelas empresas.

"Estamos em cima disso. Com a renovação do Pronampe [programa de apoio a micro e pequenas empresas], usando recursos que não foram usados do FGI, calculamos que com 3 bilhões a 4 bilhões de reais, conseguimos mobilizar entre 20 bilhões e 30 bilhões de reais para ajudar pequenas e médias empresas", informou o ministro aos senadores.

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