Navio é carregado com soja, no Porto de Santos: uma das principais metas é aumentar o transporte por hidrovias, especialmente dos grãos cultivados na região oeste e que são exportados pelos portos (REUTERS/Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2015 às 15h40.
Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira que seu governo impulsionará este ano uma nova série de concessões de estradas, ferrovias, portos e aeroportos ao setor privado, que pode incluir os terminais aéreos de cidades como Porto Alegre, Salvador e Florianópolis.
"Vamos lançar um novo processo de concessões para oferecer um novo mapa logístico para o Brasil e racionalizar os custos de transporte no país", afirmou a presidente na cerimônia de inauguração das obras de ampliação e modernização de um porto privado no Rio de Janeiro.
Dilma disse que, após um primeiro processo no qual foram concedidos os aeroportos do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Campinas, Belo Horizonte e Natal, o governo estuda licitar outros terminais aéreos com voos internacionais.
"Vamos fazer novas concessões de aeroportos. Estamos estudando algumas alternativas. Estudamos (a concessão dos de) Porto Alegre, Salvador e Florianópolis, mas pode haver outros. Há várias hipóteses", assinalou.
Segundo ela uma das principais metas do Brasil é aumentar o transporte por hidrovias, especialmente dos grãos cultivados na região oeste do país e que são exportados pelos portos no oceano Atlântico.
"Daremos prioridade (nas concessões) ao transporte por hidrovias porque o Brasil precisa muito dessa logística e isso gerará uma importante redução de custos para os exportadores de grãos", destacou.
Segundo a presidente, a modificação no marco regulatório dos portos já permitiu um importante salto na participação do setor privado nos terminais marítimos do país.
"Já foram autorizados 38 projetos privados para o setor privado, incluindo 22 novos terminais marítimos, com um investimento previsto de R$ 11 bilhões", detalhou.
As obras inauguradas hoje no Rio de Janeiro foram fruto de um investimento de R$ 1,5 bilhão, a maior parte privada, em um acordo com as empresas que operam no porto, que se comprometeram a fornecer os recursos em troca da ampliação do prazo do arrendamento.
De acordo com Dilma, outras 27 empresas que operam portos anunciaram investimentos de R$ 11,2 bilhões em troca de terem suas concessões prorrogadas.
Esses projetos dependem de autorização do Tribunal de Contas da União.
Esse investimento tornou o terminal marítimo do Rio no maior píer contínuo para a operação de contêineres em toda América do Sul e ampliou sua capacidade em 63%, permitindo agora movimentar até 300 mil veículos por ano.
"Foi um investimento que permite ao Rio de Janeiro ter um dos portos mais modernos do país e que contribui para lançar bases mais sólidas para o crescimento do Brasil", afirmou.
A presidente disse que, para enfrentar as "dificuldades temporárias" que afetam a economia brasileira, o governo não só está promovendo um ajuste fiscal, mas também pretende atrair investimentos do setor privado em infraestrutura e logística.
"Quero que o Brasil recupere seu ritmo de crescimento. Essa é minha obsessão", especificou.