Economia

Governo não tem plano B para concessões, diz Ana Paula Vescovi

Para 2017, a equipe econômica do governo conta com R$ 25,7 bilhões em concessões, sendo R$ 11 bilhões apenas com o leilão de usinas hidrelétricas

Ana Paula Vescovi: "Não temos indícios de que leilões não possam ocorrer" (Valter Campanato/Agência Brasil/Agência Brasil)

Ana Paula Vescovi: "Não temos indícios de que leilões não possam ocorrer" (Valter Campanato/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de julho de 2017 às 17h35.

Brasília - O governo não tem "plano B" caso as receitas esperadas com concessões este ano sejam frustradas, admitiu a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi nesta quarta-feira, 26.

"É fazer (o leilão) acontecer", disse. Para este ano, a equipe econômica conta com R$ 25,7 bilhões em concessões, sendo R$ 11 bilhões apenas com o leilão de usinas hidrelétricas que são alvo de disputa judicial.

A secretária afirmou ainda que não há estudos para nova rodada de impostos.

"Não temos indícios de que leilões não possam ocorrer, vamos aguardar o Supremo Tribunal Federal", afirmou. "Vamos viabilizar o leilão da Cemig."

O Tribunal de Contas da União (TCU) já alertou o governo sobre a possibilidade de descumprimento da meta fiscal deste ano, de déficit de R$ 139 bilhões, mas Ana Paula disse que as receitas são factíveis.

A secretária também negou que o Tesouro esteja discutindo alteração no objetivo de resultado primário de 2017.

A secretária, no entanto, já havia ressaltado antes que, caso seja necessário, os próximos relatórios de avaliação trarão mudanças em despesas e receitas.

Reajustes

Ana Paula Vescovi disse também que o governo pode avaliar a postergação de reajustes de servidores já concedidos e previstos para 2018.

Segundo ela, a medida estaria em linha com a revisão de despesas obrigatórias. A secretária ressaltou, porém, que ainda não há nenhuma decisão tomada.

"A revisão de reajustes a servidores pode ser estudada, mas ainda não há decisão sobre revisão de despesas obrigatórias", disse a secretária.

"O que pode ser feito é a postergação de reajustes em alguns meses, mas é preciso ver as bases legais de se fazer isso."

Segundo Ana Paula, o adiamento pode vir a ser estudado nesses termos, mas a secretária ressaltou que não há nada específico sendo discutido neste momento.

A postergação poderia ser, hipoteticamente, de janeiro de 2018 para o meio ou o fim do ano que vem, ou ainda para 2019.

Ana Paula não quis comentar o acerto feito pelo Ministério Público Federal (MPF) por um reajuste salarial acima de 16% para procuradores.

Ela destacou a autonomia do órgão e disse que o Congresso Nacional é o responsável por apreciar a proposta.

S&P

Ana Paula disse que apresentou à agência de classificação Standard & Poor's as discussões que o governo tem feito sobre a reforma da Previdência e outras reformas estruturantes do país.

No acumulado em 12 meses até junho, o déficit no INSS já está em R$ 174 bilhões.

"Mostramos a S&P trabalho para fortalecer institucionalidade fiscal, também falamos do fortalecimento do sistema de garantias da União", afirmou a secretária.

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