Henrique Meirelles: voltou a defender a importância de um comércio livre e avaliou que a indústria e população norte-americana serão atingidas com a elevação das alíquotas (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de março de 2018 às 14h34.
Cuiabá - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira que o governo ainda não definiu quais medidas tomará após os Estados Unidos taxarem a importação de aço e alumínio, mas classificou a investida como "negativa".
Falando a jornalistas após participar de evento em Cuiabá, no Mato Grosso, Meirelles voltou a defender a importância de um comércio livre e avaliou que a indústria e população norte-americana serão atingidas com a elevação das alíquotas.
No fim da tarde desta segunda-feira, Meirelles se encontra com o diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, e a expectativa é que tratem do assunto.
Na semana passada, o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 25 por cento sobre importações de aço e de 10 por cento sobre importações de alumínio, mas isentou Canadá e México, recuando de promessas anteriores de taxação sobre todos os países.
O governo brasileiro ainda tenta entender a extensão do efeito que as medidas norte-americanas podem ter para o país, mas já considera medidas de retaliação, disse à Reuters uma alta fonte do Itamaraty.
A respeito da chance de novos cortes na taxa básica de juros, a Selic, o ministro afirmou que o Banco Central poderá ou não fazê-lo na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 21 de março. Disse também que o governo está contendo despesas, o que ajuda na redução dos juros.
Economistas de instituições financeiras passaram a ver novo corte de 0,25 ponto percentual nos juros básicos na reunião do BC na próxima semana, segundo pesquisa Focus do BC, diante da persistente fraqueza da inflação. Se confirmado, o passo levará a Selic para a nova mínima histórica de 6,5 por cento.