Economia

Governo muda orçamento de 2020 com liberação de R$ 12 bi para investimento

Com fim de multa de 10% do FGTS — que o governo incorpora como despesa — orçamento deve ganhar espaço para gastos discricionários

Palácio do Planalto: equipe econômica vai mandar ao Congresso uma mensagem para modificar o projeto de Orçamento de 2020 (Andre Dib/ Pulsar Imagens/Divulgação)

Palácio do Planalto: equipe econômica vai mandar ao Congresso uma mensagem para modificar o projeto de Orçamento de 2020 (Andre Dib/ Pulsar Imagens/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de novembro de 2019 às 09h54.

Última atualização em 7 de novembro de 2019 às 09h56.

São Paulo — Sem tempo para aprovar até o final do ano a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial, que aciona uma série de "gatilhos" para conter o avanço nas despesas, a equipe econômica vai mandar ao Congresso uma mensagem para modificar o projeto de Orçamento de 2020 para abrir mais R$ 12 bilhões de espaço para gastos de custeio e investimento.

O secretário especial adjunto de Fazenda, Esteves Colnago, disse que esse espaço será obtido com fim do adicional de 10% da multa do FGTS que as empresas pagam na demissão sem justa causa e com a revisão das previsões de despesas de pessoal.

Cada um desses dois itens garantirá cerca de R$ 6 bilhões de diminuição de despesas obrigatórias para o ano que vem, o que abre espaço no teto de gastos, mecanismo que impede o crescimento das despesas acima da inflação. Dessa forma, amplia-se o volume de gastos discricionários (investimentos e custeio) no Orçamento.

O secretário informou que, com a mensagem modificativa, o volume total de despesas discricionárias no Orçamento de 2020 sobe de R$ 89 bilhões para um patamar entre R$ 101 bilhões e R$ 102 bilhões, mesmo nível observado esse ano.

O assunto foi discutido nesta quarta-feira, 6, com o relator do Orçamento, deputado Domingos Neto (PSD-CE), que aguarda a mensagem para concluir seu parecer preliminar que precisa ser votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso para fazer a proposta caminhar. Neto inclusive segurou seu parecer para que o governo tivesse tempo de preparar a mensagem modificativa.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraGoverno BolsonaroJair BolsonaroOrçamento federal

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo