Economia

Governo mira R$ 20 bi com saque do FGTS, metade do valor de Temer

Fontes da equipe econômica ressaltaram que o desenho para a iniciativa citada por Guedes ainda não está pronto

FGTS: desta vez, os saques seriam de contas ativas (Fábio Rodrigues/Agência Brasil)

FGTS: desta vez, os saques seriam de contas ativas (Fábio Rodrigues/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 30 de maio de 2019 às 20h35.

Última atualização em 30 de maio de 2019 às 20h39.

Brasília - A equipe econômica mira a liberação de cerca de 20 bilhões de reais com medida ainda em gestação para permitir saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.

Falando em condição de anonimato, duas das fontes ressaltaram que o desenho para a iniciativa ainda não está pronto e que o tema ainda está sendo estudado.

O tamanho da liberação é objeto de cautela porque os recursos do FGTS constituem importante funding para a habitação, setor que vem se recuperando de uma queda histórica. O FGTS responde por quase metade dos recursos direcionados para a compra de moradia via crédito imobiliário.

Nesta quinta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo examina a liberação de contas ativas e inativas do FGTS, mas destacou que isso só ocorrerá após a aprovação das reformas na economia.

"Se você abre essas torneiras sem as mudanças fundamentais é o voo da galinha. Você voa aí três, quatro meses porque liberou e depois afunda tudo outra vez", justificou.

A notícia foi dada no mesmo dia em que o IBGE divulgou que a economia sofreu uma contração de 0,2% no primeiro trimestre sobre os três meses anteriores, com fraqueza na indústria, agropecuária e investimentos. Esta foi a primeira queda trimestral desde o fim de 2016, confirmando o quadro de dificuldades para a retomada e as preocupações com as perspectivas à frente.

A jornalistas, Guedes avaliou que a equipe econômica deu foco em seus primeiros meses de governo à reforma da Previdência porque ela é fundamental para o reequilíbrio fiscal. E voltou a dizer que a retomada da atividade depende da realização de reformas.

Em 2017, o governo do ex-presidente Michel Temer abriu uma janela para que as contas do FGTS fossem liberadas, mas apenas as inativas --ligadas a vínculos empregatícios já encerrados pelo trabalhador. Com isso, foram sacados 44 bilhões de reais, numa investida considerada fundamental para aquecer a economia naquele ano.

Atualmente, os saques de contas do FGTS só podem ser feitos em situações específicas, como demissões sem justa causa, rescisão por acordo, e na ocorrência de doenças como câncer e infecção pelo vírus HIV.

Acompanhe tudo sobre:contas-inativas-do-fgtsFGTS

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto