Economia

Governo mantém previsão de superávit comercial de US$ 50 bi

De acordo Herlon Brandão mesmo com o câmbio no patamar de R$ 3,20, a estimativa será mantida


	Balança comercial: de acordo Herlon Brandão mesmo com o câmbio no patamar de R$ 3,20, a estimativa será mantida
 (luamduan;Thinkstock)

Balança comercial: de acordo Herlon Brandão mesmo com o câmbio no patamar de R$ 3,20, a estimativa será mantida (luamduan;Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2016 às 17h28.

Brasília - Apesar da recente valorização do real frente ao dólar, o governo não pretende rever a projeção para o saldo da balança comercial deste ano, que deve ficar entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões.

De acordo com o diretor Departamento de Estatísticas e Apoio à Exportação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Herlon Brandão, mesmo com o câmbio no patamar de R$ 3,20, a estimativa será mantida, ao menos por enquanto.

"Essa oscilação do dólar acontece e não influencia no curto prazo os negócios", afirmou Brandão. Segundo ele, boa parte dos exportadores já comercializou sua produção.

"Apenas uma mudança permanente no patamar do dólar e por um período mais longo pode influenciar a balança."

No primeiro semestre deste ano, segundo ele, o câmbio médio atingiu o patamar de R$ 3,70, bem maior que o câmbio médio de 2015, de R$ 3,34, e o valor médio do dólar no primeiro semestre do ano passado, de R$ 2,97.

"Nossa estimativa de superávit comercial considera um câmbio médio superior ao de 2015", afirmou. Ainda segundo ele, o mercado acredita que o dólar deve encerrar o ano em R$ 3,60, segundo a mais recente pesquisa Focus.

Brandão destacou que o superávit no primeiro semestre, de R$ 23,6 bilhões, bateu o recorde anterior, de R$ 20,6 bilhões, verificado nos seis primeiros meses de 2007. De janeiro a junho deste ano, as exportações caíram 5,9%, principalmente em razão da queda dos preços dos produtos, queda da demanda externa e baixo crescimento da economia internacional. No período, a quantidade exportada aumentou 9,8%, enquanto os preços recuaram 14,8%.

Já as importações tiveram queda de 28,9% no primeiro semestre, com queda tanto nos preços (10,8%) quanto nas quantidades (20,1%) comercializadas.

Nesse caso, a redução está associada à redução da atividade econômica do País, que tem impacto na demanda por bens importados.

O diretor destacou que as exportações de soja neste semestre atingiram um recorde de 38,5 milhões de toneladas. Também entre janeiro e junho, houve recorde nas exportações de petróleo, com 19,7 milhões de toneladas, e milho, com 12,2 milhões de toneladas.

Ainda houve recorde na quantidade de minério de ferro exportada, de 177,3 milhões de toneladas. O País exportou 272 mil unidades de veículos, principalmente para Argentina, México, Colômbia, Chile, Paraguai e Uruguai.

Em relação à Conta Petróleo, as exportações caíram 37,6% no semestre, e as importações recuaram 48,4%.

Por isso, o déficit da conta petróleo caiu de US$ 3,6 bilhões no primeiro semestre de 2015 para US$ 957 milhões neste ano. Sem o efeito do petróleo, as exportações brasileiras tiveram queda de 2,5%, e as importações, recuo de 25,8%.

Junho

O superávit da balança comercial em junho, de US$ 3,974 bilhões, foi 12,3% menor que o verificado no mesmo mês do ano passado. As exportações caíram 18,6%, e as importações recuaram 19,3% na comparação com junho de 2015.

Segundo Brandão, dois motivos explicam a queda nas exportações. Um deles é a safra de soja, cujo pico, no ano passado, ocorreu em junho. Além disso, em junho do ano passado, houve a exportação de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 690 milhões.

"Não tivemos plataforma este ano e o pico da soja foi em abril", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Balança comercialComércio exteriorExportaçõesImportações

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto