Economia

Governo Lula deve liberar saldo retido do FGTS para trabalhadores demitidos

Representantes sindicais foram convidados para uma reunião no Palácio do Planalto para discutir o tema na terça-feira

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 24 de fevereiro de 2025 às 16h33.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar na terça-feira, 25, a liberação do saldo retido do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário e tiveram o dinheiro bloqueado após a rescisão do contrato de trabalho. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo e confirmada pela EXAME.

Representantes sindicais foram convidados para uma reunião no Palácio do Planalto para discutir o tema. A liberação deve ocorrer por meio de uma Medida Provisória. Detalhes, como se o acesso ao fundo será restrito a quem já perdeu o emprego ou se a mudança será permanente e o período de transição da regra, serão anunciados após a reunião.

Em nota, Sérgio Nobre, presidente da CUT, afirmou que a liberação do FGTS para trabalhadores demitidos que não conseguiram acessar o saldo da rescisão por terem aderido ao saque-aniversário é uma reivindicação das centrais sindicais.

“Sacar o FGTS é um direito do trabalhador, que pode usar esse recurso para pagar suas contas, fazer compras, consumir e, dessa forma, injetar mais dinheiro na economia”, disse Nobre.

Criado em 2020, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), o saque-aniversário permite retiradas anuais do FGTS. A adesão é opcional e pode ser realizada pelo aplicativo ou site do FGTS.

No entanto, quem adere à modalidade perde o direito de sacar o saldo total em caso de demissão, diferentemente dos trabalhadores que mantêm o saque-rescisão. Para voltar à regra original, é necessário cumprir uma quarentena de dois anos.

O valor do saque é calculado com base em uma alíquota que varia de 5% a 50% sobre o saldo total das contas do trabalhador, incluindo empregos ativos e inativos. Além disso, é incluída uma parcela adicional, que pode chegar a R$ 2,9 mil, dependendo do saldo disponível.

De acordo com o calendário da Caixa Econômica Federal, o saque fica disponível a partir do primeiro dia útil do mês de aniversário do trabalhador e o prazo para retirada é de dois meses.

A medida provisória não deve liberar o saque de recursos já usados como garantia em empréstimos vinculados ao saque-aniversário. Atualmente, os bancos podem conceder crédito garantido pelo FGTS sem restrições.

Quem antecipa o saque do FGTS paga juros de até 1,8% ao mês, conforme resolução aprovada pelo Conselho Curador do FGTS, presidido pelo Ministério do Trabalho. O prazo da operação varia conforme o banco, podendo chegar a 15 ou 20 anos.

Com informações do Globo. 

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