Economia

Governo lança crédito à exportação de bens de consumo

Segundo Mantega, a linha é similar ao modelo já existente para a exportação de bens de capital, com taxas mais reduzidas

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje a criação de uma nova linha de financiamento à exportação voltada para bens de consumo, no âmbito do pacote de incentivos para o setor de exportação. Segundo ele, a linha é similar ao modelo já existente para a exportação de bens de capital, com taxas mais reduzidas.

A linha terá recursos de R$ 7 bilhões para financiar as exportações de bens de consumo. As taxas, de acordo com Mantega, são de 7% ao ano se o financiamento for tomado até 30 de junho e 8% para financiamentos até 31 de dezembro deste ano, quando termina o prazo para contratação por meio dessa nova linha. O prazo de financiamento é de 36 meses. Podem contratar a linha empresas de qualquer porte.

Autopeças

Mantega também anunciou que acabará, nos próximos seis meses, o redutor de 40% no Imposto de Importação sobre autopeças, pago pelas montadoras. O ministro explicou que a eliminação do redutor do Imposto de Importação de autopeças visa reduzir o déficit do setor na balança comercial. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, o déficit projetado para o setor em 2010 é de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões.

Miguel Jorge afirmou ainda que houve um aumento no déficit nos últimos anos no setor de autopeças. No ano passado, o déficit foi de US$ 2,5 bilhões. Segundo ele, a medida fortalece a produção no mercado interno, uma vez que cria mais empregos e permite o aumento da produção. O ministro disse que esta é uma questão de dez anos a ser resolvida. Com o redutor, o Brasil estava fora do padrão do Mercosul, disse o ministro.

Exim Brasil

Durante o evento de anúncio das medidas de incentivo à exportação, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que o Exim Brasil fará operações de financiamento às exportações que normalmente não são cobertas pelo mercado, tipicamente de prazos mais longos. O Exim Brasil, uma agência especializada em comércio exterior, também teve sua criação anunciada hoje pelo governo.

Segundo ele, o Exim Brasil já nascerá em plena operação. Isso porque as operações de comércio exterior do BNDES serão transferidas para o Exim Brasil. O corpo técnico do BNDES que trabalha com o comércio exterior também será transferido.

O Exim Brasil será uma subsidiária integral do BNDES e, segundo ele, para economizar meios e agilizar o processo, a subsidiária Finame será transformada no Exim Brasil. De acordo com Coutinho, a subsidiária é uma "monolinha" que existe para tratar das operações de Finame. As operações da linha serão então transferidas para o BNDES e ela continuará operando normalmente.
 

Acompanhe tudo sobre:Comércio exteriorExportaçõesGovernoGuido MantegaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Marcio Macêdo diz que não há ‘desabono’ sobre conduta de Lupi no caso das fraudes do INSS

Lula endossa discussão sobre fim da escala 6X1 e diz que governo 'desmontou' esquema no INSS

Após escândalo de fraude, Lula escolhe novo presidente do INSS; saiba quem é

Governo define regras para uso do Orçamento de 2025 e impõe ritmo mais controlado para os gastos