Economia

Governo japonês aprova orçamento recorde de US$ 800 bi

Mas, segundo economistas, metas parecem difíceis


	Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe: projeto prevê ajuda para a criação de filhos
 (Yuya Shino/Reuters)

Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe: projeto prevê ajuda para a criação de filhos (Yuya Shino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2015 às 12h18.

Tóquio - O gabinete do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, aprovou nesta quinta-feira um orçamento recorde para 2016, que conta com maior crescimento e maior arrecadação tributária para o objetivo de reviver a economia e refrear um dos maiores encargos de dívida do mundo.

Mas, segundo economistas, ambas as metas parecem difíceis, já que a estratégia de Abe depende fortemente do crescimento e das receitas com tributos. De acordo com eles, sem grandes cortes de gastos, a meta fiscal continua sendo de difícil cumprimento.

“E se a economia do Japão e do mundo desacelera? Isso poderia diminuir a receita tributária e reverter a melhora fiscal”, disse Hidenori Suezawa, analista da SMBC Nikko Securities.

As despesas previstas para o ano fiscal que começa em 1º de abril são de 96,72 trilhões de ienes (799,9 bilhões de dólares), ligeiramente acima dos 96,3 trilhões de ienes inicialmente previstos para este ano.

O projeto de orçamento — o quarto lançado desde que Abe retornou ao poder, no final de 2012 — prevê maiores gastos com programas sociais direcionados a uma população em rápido envelhecimento e gastos militares que passaram dos 5 trilhões de ienes pela primeira vez.

O projeto prevê ajuda para a criação de filhos, como subsídios para o pagamento de babás e para educação pré-escolar, além de auxílio para idosos.

Ele foi anunciado após um orçamento extra de 3,3 trilhões de ienes para este ano fiscal, apresentado na semana passada.

“Olhando para o lado dos gastos, a disciplina fiscal é um tanto frágil”, afirmou Takeshi Minami, economista-chefe do Norinchukin Research Institute, avaliando que, junto com o orçamento extra, a política fiscal dá a impressão de ter sido feita de olho nas eleições da Câmara Alta no próximo ano.

O ministro das Finanças, Taro Aso, disse que o orçamento está alinhado com o objetivo do Japão de obter superávit primário, excluindo custos de serviço da dívida e receita com a venda de títulos, no ano fiscal de 2020. (Por Tetsushi Kajimoto)

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoJapãoPaíses ricos

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto