Venezuela: segundo o procurador-geral, executivos são suspeitos de facilitar "ataques" contra o bolívar com a saída de papel moeda para outros países (Juan Medina/Reuters)
AFP
Publicado em 3 de maio de 2018 às 22h07.
Última atualização em 3 de maio de 2018 às 22h08.
O governo da Venezuela decidiu nesta quinta-feira intervir por 90 dias no Banesco, o principal banco privado do país, após a detenção de 11 altos diretores por suposta cumplicidade em operações especulativas contra a moeda local.
"Esta ação de proteção ao povo venezuelano terá uma aplicação por um prazo de 90 dias, durante os quais se espera reconduzir a administração do banco, saneando-o e retirando-o de toda aquela atividade ilícita", segundo um comunicado oficial.
O governo nomeou uma junta administrativa dirigida pela vice-ministra das Finanças, Yomana Koteich, que "garantirá a todo momento os direitos dos usuários", durante os três meses de intervenção, acrescentou.
Óscar Doval, presidente executivo, foi preso depois de depor na quarta-feira à Direção de Contra-inteligência Militar (Dgcim), que o havia citado junto com outros funcionários da entidade financeira, que tem presença nos Estados Unidos, Panamá, República Dominicana e Espanha.
Além de Doval, foram presos um consultor jurídico, quatro vice-presidentes, um diretor, dois gerentes e dois oficiais de serviço, informou à imprensa o procurador-geral, Tarek William Saab.
Saab revelou que eles são suspeitos de facilitar ou acobertar "ataques" contra o bolívar com a saída de papel moeda para outros países e de especular com o preço do dólar no mercado paralelo.
O presidente de Banesco Grupo Financeiro Internacional, Juan Carlos Escotet, anunciou nesta quinta-feira que nas próximas horas viajará de Portugal para a Venezuela para "socorrer" seus companheiros.