Dólar: Só na semana passada, a moeda norte-americana subiu 4,23 por cento e se aproximou do patamar de 3,90 reais. (Gary Cameron/Reuters)
Reuters
Publicado em 13 de agosto de 2018 às 12h15.
Última atualização em 13 de agosto de 2018 às 18h57.
Brasília - O Brasil está pronto para atuar nos mercados financeiros em caso de excesso de volatilidade, afirmou nesta segunda-feira uma fonte do Ministério da Fazenda à Reuters, em referência à situação da Turquia, que vem aumentando a aversão ao risco nos mercados globais, com impacto mais forte em mercados emergentes.
"O Brasil está bastante pronto para agir para se garantir em caso de excesso de volatilidade", afirmou a fonte em condição de anonimato, lembrando que a disposição de atuar, "se necessário", é a mesma de quando houve intervenção conjunta do Tesouro e do Banco Central.
Do fim de maio ao início de julho, o Tesouro realizou uma série de leilões extraordinários de títulos soberanos para garantir o bom funcionamento dos mercados em meio à forte volatilidade com a escalada das tensões comerciais e temores de mais aperto monetário nos Estados Unidos e com a greve dos caminhoneiros no Brasil e incertezas sobre as eleições presidenciais de outubro.
O BC, por sua vez, atuou no mercado de câmbio por meio de leilões de novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Naquele momento, o dólar estava sendo negociado com fortes valorizações, acumulando 6 por cento de ganho em maio e outros 6 por cento em abril.
Desta vez, investidores vêm se preocupando cada vez mais com o crescente controle sobre a economia do presidente turco, Tayyip Erdogan, e a tensão diplomática entre o país e os Estados Unidos -fatores que viraram uma bola de neve, causando um pânico no mercado.
Nesta segunda-feira, os mesmos temores seguiram dando o tom no comportamento dos mercados mundo afora. Após subir 4,23 por cento na semana passada, o dólar avançou 0,86 por cento e encerrou no maior nível em mais de um mês, a 3,8973 reais na venda, maior preço desde os 3,9344 reais de 5 de julho.
Uma segunda fonte da Fazenda avaliou, contudo, que o país está sendo afetado de maneira menos intensa que seus pares.
"Risco muito baixo (de contágio), mercado diferenciando bem o Brasil, que tem sofrido bem menos que México, Colômbia", avaliou a fonte, apontando o baixo déficit em conta corrente do Brasil como principal fator para tanto.