A expectativa é de investimentos de R$ 41,6 bilhões ao longo dos próximos anos (./Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de setembro de 2017 às 08h32.
Brasília - No auge da campanha eleitoral de 2018, no segundo semestre do ano que vem, a economia ganhará um reforço extra vindo das concessões. Nesse período, 87 projetos já leiloados começarão a deslanchar, a partir da assinatura dos contratos de financiamento aos projetos e liberação dos recursos.
A expectativa é de investimentos de R$ 41,6 bilhões ao longo dos próximos anos. São projetos já dados como certos e que independem do cenário político.
O levantamento, feito com base em dados do governo, considera empreendimentos repassados à iniciativa privada ou que tiveram os contratos prorrogados entre abril de 2016 e agosto deste ano.
Depois do leilão o prazo médio para que um projeto entre na fase de construção ou de investimentos efetivos é de um ano a um ano e meio.
Por isso a previsão é de que essa injeção de recursos na economia coincida com o período imediatamente anterior ao pleito de outubro.
Alguns projetos já poderão testar o novo modelo de financiamento aprovado por bancos comerciais e pelo BNDES, que permite uma maior participação do mercado de capitais. As instituições financeiras emitem uma carta fiança para as debêntures que serão lançadas desde o início do projeto.
O governo ainda tem como meta licitar outros 33 projetos até o fim deste ano, o que pode impulsionar ainda mais os investimentos entre 2018 e 2019, informou o secretário de Coordenação de Projetos do PPI, Tarcísio Gomes de Freitas.
"Os investidores internacionais já desconectaram a questão política da economia", afirmou Freitas ao Estadão/Broadcast.
Entre os projetos que devem concluir o ciclo de maturação até o fim do ano que vem estão, por exemplo, duas rodovias paulistas, nove aeroportos e sete terminais portuários (leia mais ao lado).
A expectativa é que esses projetos funcionem como alavanca para a taxa de investimento e o Produto Interno Bruto (PIB). Nos últimos anos houve forte retração da taxa de investimentos, que atingiu o pico de 21,8% do PIB em 2010 e começou a cair a partir de 2013, ficando em apenas 15,4% do PIB no ano passado.
O impacto da recuperação dos investimentos será favorável politicamente, avalia o cientista político Murillo de Aragão, presidente da Arko Advice.
"Sem dúvida, se as concessões começarem a maturar, vai ajudar", afirma. Já o economista Cláudio Frischtak, sócio da Inter.B Consultoria, diz que o grande impacto desses projetos no investimento virá a partir de 2019.
"Apesar dos esforços, tem-se hoje um conjunto de forças que conspiram contra a ampliação dos investimentos. A realidade é que o governo cita (os projetos), mas só vai ver resultado em termos de investimentos a partir de 2019." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.