Economia

Governo espera leilão de aeroportos disputado, mas ágio tímido

Concessões dos aeroportos de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Fortaleza (CE) integram o leilão de 16 de março

Aeroportos: nesta segunda-feira, pelo menos dois grupos entregaram documentação para participar da disputa (./Divulgação)

Aeroportos: nesta segunda-feira, pelo menos dois grupos entregaram documentação para participar da disputa (./Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 13 de março de 2017 às 16h09.

Rio de Janeiro - O governo federal espera disputa e propostas para todas as concessões de aeroportos no leilão que será realizado na quinta-feira, mas não acredita em ágio elevado como em rodadas anteriores, segundo o secretário especial da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Adalberto Vasconcelos.

Concessões dos aeroportos de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Fortaleza (CE) integram o leilão de 16 de março.

Nesta segunda-feira, pelo menos dois grupos entregaram documentação para participar da disputa, segundo informações apuradas pela Reuters. Nenhum dos representantes se identificou ou comentou qual o interesse no leilão.

O secretário afirmou a jornalistas que ágio não é sinônimo de sucesso de leilão. "Não queremos ágio e sim prestação de serviço. Esperamos propostas para os quatro aeroportos, mas não devemos ter o mesmo ágio do passado."

Em novembro de 2013, consórcio formado pela Odebrecht e a operadora de aeroportos Changi, de Cingapura, obteve a concessão do aeroporto do Galeão (RJ), ofertando cerca de 19 bilhões de reais, quase quatro vezes acima que o lance mínimo definido pelo governo.

Já o aeroporto de Confins (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, foi arrematado pelo consórcio liderado pela CCR, com lance final de 1,82 bilhão de reais, ágio de 66 por cento.

Vasconcelos acrescentou que o modelo de concessão nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff estimulavam o pagamento de ágio, mas os projetos nem sempre se mostraram sustentáveis com a mudança de cenário atravessado pela economia brasileira, que atravessa dois anos de recessão.

"Se você faz uma modelagem para ter ágio grande você até consegue, mas inviabiliza a execução do contrato. Por isso temos aeroportos em dificuldades", disse, acrescentando, que pelo modelo antigo o ágio era diluído ao longo da concessão e agora será logo no início do contrato.

Ele afirmou ainda que o edital do leilão de quinta-feira foi feito para atrair investidores nacionais e estrangeiros. "Vários estrangeiros nos procuraram e podemos ampliar nosso mix de investidores no país", afirmou.

Na semana passada, duas fontes do governo com conhecimento do assunto, afirmaram à Reuters que oito empresas mostraram interesse no leilão dos aeroportos.

Além das espanholas Aena e OHL e da brasileira CCR, as interessadas incluíram a francesa Vinci Airports, a suíça Zurich Airport, a argentina Corporación América e as alemãs Fraport e Avialliance.

Acompanhe tudo sobre:AeroportosConcessõesLeilões

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto