O novo presidente do banco central do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, foi indicado nesta quinta-feira (REUTERS/Toru Hanai)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 10h06.
Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, indicou um defensor de políticas agressivas para chefiar o banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, desafiando a oposição a apoiar sua busca por ações radicais conforme autoridades alertam que uma nascente retomada econômica pode facilmente ser afetada.
Ao escolher Kuroda, presidente do Banco de Desenvolvimento Asiático, para assumir o BC, Abe busca cumprir uma promessa de campanha de reformar a política monetária para reanimar a economia após quase duas décadas de deflação e fraco crescimento.
"O novo BC precisa acelerar o ritmo de acumulação de ativos e estender os vencimentos da dívida do governo que está comprando", afirmou o economista-chefe para o Japão do Bank of America Merrill Lynch, Masayuki Kichikawa.
"Ao fortalecer o afrouxamento monetário, o BC será capaz de estabilizar a taxa de câmbio do iene. Então nós começaremos a ver algum impacto positivo sobre os preços ao consumidor a partir do ano que vem." O acadêmico Kikuo Iwata, que defende uma política monetária não convencional, e o membro do BC Hiroshi Nakaso, com conhecimento do trabalho interno do BC, foram indicados como vice-presidentes nesta quinta-feira.
Abe já teve sucesso com mudanças no banco central, que no mês passado dobrou sua meta de inflação para 2 por cento e concordou com um programa de compra de ativos ilimitado a partir de 2014, e a expectativa é de que a nova liderança pressione por ações ainda mais agressivas.
As indicações não foram surpresa para os investidores, uma vez que já se falava sobre esses nomes, e houve pouca reação do mercado.
Os três agora precisam ser aprovados por ambas as casas do Parlamento, que vão avaliá-los nos próximos dias. Abe não tem maioria no Senado, e precisa do apoio da oposição para que seus escolhidos assumam o cargo no próximo mês.
Parlamentares japoneses concordaram nesta quinta-feira em realizar a audiência de confirmação à indicação do presidente do banco central no dia 4 de março, informou o Jiji News.
Para os vices, a audiência será em 5 de março, segundo o Jiji.
Logo depois que as indicações foram anunciadas, o desafio dos três foram expostos, à medida que o ministro das Finanças e um membro do Conselho do BC disseram que, apesar de sinais positivos, a recuperação da terceira maior economia do mundo não é certa.
Atualizado às 9h48min