Economia

Governo cria gabinete para acompanhar situação sobre petróleo

Porta-voz da Presidência afirmou que órgão deverá estudar planos de ação para impactos no preço da commodity após ataque a refinarias na Arábia Saudita

Otávio Rêgo Barros: porta-voz da Presidência anunciou novo gabinete para acompanhar impactos de ataque na Arábia Saudita (José Dias/PR/Flickr)

Otávio Rêgo Barros: porta-voz da Presidência anunciou novo gabinete para acompanhar impactos de ataque na Arábia Saudita (José Dias/PR/Flickr)

BC

Beatriz Correia

Publicado em 17 de setembro de 2019 às 20h51.

Última atualização em 17 de setembro de 2019 às 20h57.

O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse nesta terça-feira, 17, que o governo instalou um gabinete no Ministério das Minas e Energia para acompanhar impactos sobre preços de combustível no Brasil após ataques a refinarias da Arábia Saudita.

O general afirmou ainda que, para o presidente Jair Bolsonaro (PSL), a política de preço de combustível é de responsabilidade da Petrobras. "Presidente vem vocalizando isso", disse Rêgo Barros.

Segundo o porta-voz, a ideia é que o gabinete mantenha Bolsonaro informado sobre os desdobramentos e estude "planos de ação" para "conter eventuais consequências que possam impactar nosso País".

Bolsonaro na ONU

Uma avaliação médica na sexta-feira vai definir sobre a viagem do presidente a Nova York, na próxima semana, para a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), disse o porta-voz.

Bolsonaro passará pela avaliação médica na manhã de sexta-feira, quando deverá ser confirmada oficialmente a viagem. Segundo o porta-voz, o presidente está se sentindo bem e "tudo indica" que a viagem será confirmada, mas a análise final será feita depois da avaliação.

Por recomendação médica, o presidente diminuiu em um dia sua estada em Nova York, depois de ter passado há 10 dias por mais uma cirurgia para correção de uma hérnia incisional no abdômen, região onde levou uma facada durante a campanha eleitoral.

Inicialmente, o presidente chegaria Nova York no final da tarde do domingo, dia 22, mas transferiu a viagem para segunda-feira. Na manhã de terça, faz a tradicional abertura da Assembleia Geral. Antes disso tem um encontro com secretário-geral da ONU, António Guterrez.

De acordo com uma fonte ouvida pela Reuters, o presidente tinha inicialmente cinco reuniões bilaterais pré-agendadas na tarde de terça-feira, incluindo o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e os presidentes da Colômbia, Peru, Ucrânia, Polônia, e África do Sul. O porta-voz da Presidência confirmou que não haverá reuniões bilaterais.

Bolsonaro também tentou marcar conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Tradicionalmente, os presidentes norte-americanos não marcam reuniões bilaterais durante a Assembleia Geral para evitar demonstrar favoritismo, já que são feitos muitos pedidos. Mas Trump discursa logo após Bolsonaro, e uma conversa rápida no edifício da ONU não foi descartada.

Segundo Rêgo Barros, após deixar Nova York, no dia 25, Bolsonaro fará uma "escala" em Dallas para encontro com empresários, e chegará ao Brasil de volta no mesmo dia.

O porta-voz confirmou ainda os países que o presidente irá visitar em um tour internacional no final de outubro, além do Japão, onde estará presente na celebração da ascensão do novo imperador do país, Naruhito. Depois disso, irá para China, Kuweit, Arábia Saudita e Emirados Árabes.

Salário mínimo

O porta-voz disse que Bolsonaro não se manifestou sobre estudo da equipe econômica para congelamento do salário mínimo. Segundo Rêgo Barros, "aspectos técnicos" sobre economia são capitaneados pelo ministro Paulo Guedes.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, a equipe econômica avalia retirar da Constituição Federal a previsão de que o salário mínimo seja corrigido pela inflação.

Rêgo Barros também não comentou sobre quanto o governo estima desbloquear do Orçamento. Mais cedo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou ao Estadão/Broadcast que o descontingenciamento deve chegar a R$ 12 bilhões neste mês.

O porta-voz disse que o assunto é tratado no Ministério da Economia. "No prazo mais breve possível (o ministério) irá revelar de forma transparente como imagina a condução deste processo para permitir que nosso governo chegue a bom porto ao final do ano, sem ofender questões de responsabilidade fiscais, que são tão importantes sob a ótica do presidente", disse.

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