Carteira de Trabalho: projeto do governo quer incentivar contratação de jovens ao reduzir taxas sobre o empregador (Gabriel Ramos/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 07h47.
Última atualização em 13 de dezembro de 2019 às 15h39.
Brasília — O governo Bolsonaro fará uma contra ofensiva para tentar garantir a aprovação da Medida Provisória (MP) 905 que cria o Emprego Verde Amarelo. A estratégia conta principalmente com a ajuda das entidades dos diversos setores produtivos da economia e um corpo-a-corpo do secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e sua equipe junto a empresários e políticos.
Na próxima semana, Marinho visitará vários estados do Nordeste, onde terá encontro com empresariado e lideranças locais. A missão é contornar a falha na divulgação do programa que ficou conhecido como de taxação do desemprego.
Na quarta-feira, o secretário admitiu a falha na comunicação do governo ao participar de uma audiência na comissão do Trabalho do Câmara para discutir a MP. Desde que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), falou sobre a possibilidade de devolver a proposta ao Executivo, a equipe econômica passou a atuar nos bastidores, junto aos parlamentares mais próximos e ao setor produtivo para evitar esse desfecho.
Marinho já esteve em vários estados das regiões Sudeste e Sul. Fez eventos como cafés da manhã com parlamentares, em Brasília, e pretende intensificar os trabalhos agora que a comissão mista do Congresso que vai analisar a matéria foi criada. A estratégia que vem sendo adotada entre governo e entidades prevê acionar não só os parlamentares em Brasília, mas de políticos locais.
Como a MP teve a participação direta de representantes do setor produtivo, o chamamento trouxe resultado na mobilização.
Um anúncio em jornais regionais foi assinado por mais de 60 entidades em defesa da MP. Além da inclusão de jovens, o texto destacava a redução dos litígios e da burocracia e o aumento da eficiência e segurança jurídica.
Além disso, entidades como a Confederação Nacional de Dirigentes Logistas (CNDL), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) enviaram cartas aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além de vários parlamentares sobre a importância da proposta. Também faz parte da estratégia de convencimento, envio de mensagens de celular e elaboração de cartilhas.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) elaborou uma cartilha com todos os pontos do programa, passando pelo Emprego Verde Amarelo, trabalho aos domingos, mudanças na CLT e programa de reabilitação de trabalhadores. O documento diz que o emprego aos domingos vai gerar 97 mil empregos em Minas e 612 mil no restante do país.
Outro ruído do programa foi a revelação de um documento interno do Ministério da Economia, que ajudou a subsidiar as discussões sobre o programa Verde Amarelo, e apontou que a medida irá gerar 270 mil novos empregos até 2022, equivalente a 15% do previsto. Quando lançou o programa, o governo federal divulgou que o programa irá gerar 1,8 milhão de novas contratações no mesmo período.