Carne: China, Egito e Chile também tinham anunciado a mesma decisão no último sábado (Sean Gallup/Getty Images)
EFE
Publicado em 28 de março de 2017 às 14h50.
Rio de Janeiro - O governo comemorou a decisão de Hong Kong, o maior destino das carnes brasileiras, de reabrir seu mercado ao produto após as restrições impostas na semana passada, quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca.
"O Brasil recebeu hoje, com satisfação, a notícia de que Hong Kong reabriu o mercado para as carnes brasileiras", indica um comunicado no qual a Presidência comenta a decisão das autoridades asiáticas de limitar as restrições apenas aos 21 frigoríficos que são investigados pelas irregularidades.
China, Egito e Chile também tinham anunciado a mesma decisão no último sábado.
O governo lembrou que Hong Kong importou 773 mil toneladas de carnes brasileiras por um valor de R$ 5,73 bilhões no ano passado.
Em seguida ficam China (R$ 5,45 bilhões), Arábia Saudita (R$ 3,95 bilhões) e Rússia (R$ 3,23).
Após a decisão de Hong Kong, "todos os grandes mercados para exportações de carnes brasileiras encontram-se novamente reabertos", acrescenta o comunicado.
A Presidência atribui a reabertura dos diferentes mercados a sua ofensiva diplomática para explicar no exterior que as irregularidades descobertas afetam uma parte muito pequena da produção de carnes no país.
Como consequência do escândalo, o valor médio das exportações brasileiras de carne caiu 19% e passou de R$ 193 milhões na semana anterior à operação da Polícia Federal para R$ 157 milhões na semana seguinte.
Segundo cálculos oficiais, o caso pode custar ao Brasil 10% de seu mercado externo e perdas em torno dos R$ 4,6 bilhões anuais.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, reconheceu na segunda-feira que a imagem do país como exportador ficou "arranhada" pelo escândalo, mas se propõe a "reconquistar os mercados" externos.
Segundo Maggi, dos 21 frigoríficos investigados, cujas licenças de exportação foram temporariamente canceladas, seis já foram fechados.