Economia

Governo central tem déficit primário de R$ 45,223 bilhões em junho, informa Tesouro

O saldo foi o pior desempenho para o mês desde 2021, com déficit de R$ 73,474 bilhões

Tesouro: em 12 meses até junho, o governo central apresenta um déficit de R$ 41,5 bilhões (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Tesouro: em 12 meses até junho, o governo central apresenta um déficit de R$ 41,5 bilhões (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 27 de julho de 2023 às 16h17.

Última atualização em 27 de julho de 2023 às 16h36.

As contas do governo central registraram déficit primário em junho. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 45,223 bilhões. O resultado sucedeu o déficit de R$ 45,014 bilhões em maio.

O saldo — que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — foi o pior desempenho para o mês desde 2021, quando registrou déficit de R$ 73,474 bilhões, em valores nominais. Em junho de 2022, o resultado havia sido positivo em R$ 14,588 bilhões.

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O resultado do mês passado ficou próximo das expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um saldo negativo de R$ 45,30 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast. O dado de junho ficou dentro do intervalo das estimativas, que eram de déficit de R$ 52,90 bilhões a R$ 33,20 bilhões.

No acumulado do primeiro semestre do ano, o governo central registrou déficit de R$ 42,509 bilhões, o pior resultado desde 2021. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era positivo em R$ 54,293 bilhões.

Em junho, as receitas tiveram queda real de 22,2% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado do ano, houve baixa de 5,1%. Já as despesas subiram 4,9% em junho, já descontada a inflação. No acumulado de 2023, a variação foi positiva em 5,1%.

Em 12 meses até junho, o governo central apresenta um déficit de R$ 41,5 bilhões — equivalente a 0,41% do PIB. A meta fiscal para 2023 admite um rombo primário de até R$ 238,2 bilhões. No último "Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas", publicado na semana passada, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 145,4 bilhões nas contas deste ano, equivalentes a 1,4% do PIB. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, repetiu ontem que o governo ainda mira um déficit de 1,0% do PIB em 2023.

Tesouro e BC têm superávit primário de mais de R$ 6 bilhões

As contas do Tesouro Nacional — incluindo o Banco Central — registraram um superávit primário de R$ 6,477 bilhões em junho, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo Tesouro. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 122,476 bilhões.

Já o resultado do INSS foi deficitário em R$ 51,700 bilhões no mês passado. Nos primeiros seis meses do ano, o resultado foi negativo em R$ 164,984 bilhões. As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 82 milhões em junho e de R$ 127 milhões no acumulado de 2023 até o mês passado.

Despesas sujeitas a teto de gastos sobem 8,8% até junho (limite em 2023 é 18,5%).

As despesas sujeitas ao teto de gastos subiram 8,8% no acumulado do ano até junho na comparação com o mesmo período de 2022, segundo o Tesouro Nacional.

Pela regra do teto, o limite de crescimento das despesas do governo é a variação acumulada da inflação no ano passado. Porém, como o governo não ocupou todo o limite previsto em anos anteriores, na prática há uma margem para expansão de até 18,5%.

As despesas apenas do Poder Executivo variaram 8,9% no período (a margem nesse caso também é de 18,5%).

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