Soja: críticas aumentaram durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, que para muitos não tem uma postura firme contra o desmatamento na Amazônia (Stringer/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de agosto de 2020 às 13h04.
Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 13h06.
O governo brasileiro não tem sido eficiente em comunicar as iniciativas do agronegócio brasileiro, principalmente aquelas que dizem respeito à sustentabilidade, e muitas vezes reage de maneira equivocada, disse o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas, nesta segunda-feira.
"O nosso governo tem sido muito menos competente do que a iniciativa privada na comunicação do nosso Brasil lá fora, principalmente do Brasil agro", afirmou ele, durante Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado de forma online.
Segundo ele, a "exceção" nesse processo tem sido a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Para Freitas, a ministra "tem sido uma gigante na habilidade inclusive de contornar problemas que o governo causa na comunicação externa".
"A iniciativa privada, as empresas, as cooperativas, as próprias organizações dos produtores têm sido mais eficientes, o governo tem atrapalhado muito mais do que ajudado e precisa rever esse conceito", destacou.
O agronegócio brasileiro muitas vezes é criticado por supostamente não seguir as melhores práticas de desenvolvimento sustentável, e muitos ambientalistas conectam a expansão do setor ao desmatamento, a despeito do ganho de produtividade do segmento.
As críticas aumentaram durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, que para muitos não tem uma postura firme contra o desmatamento na Amazônia.
"Não é se defendendo a qualquer custo das acusações, dos desafios que se colocam, que nós vamos resolver isso, temos que encararam o problema de frente, temos que aceitar os comandos do consumidor, do consumidor global, é por aí que nós temos que andar".
"Boto esse 'brinco' da baixa comunicação nas costas do Executivo, do governo", disse Freitas.