Dilma e Kirchner: Argentina é o terceiro parceiro comercial do Brasil, atrás de China e Estados Unidos, além de ser o principal aliado dentro do Mercosul (Enrique Marcarian/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2015 às 13h40.
Buenos Aires - O chefe de gabinete argentino, Aníbal Fernández, afirmou nesta terça-feira que o governo de Cristina Kirchner observa "com atenção" as medidas de ajuste implementadas no Brasil e defendidas no domingo passado pela presidente Dilma Rousseff.
"Observamos com atenção. Um governo não pode evitar que o primus inter pares (primeiro entre iguais) no Mercosul faça as ações que está fazendo", considerou o funcionário argentino ao falar com os jornalistas antes de chegar à Casa Rosada, sede do governo argentino, nesta terça-feira.
Em pronunciamento divulgado pela televisão no domingo, Dilma falou sobre a situação do país e afirmou que as medidas de ajuste são necessárias para sanear as contas públicas, gerar emprego e renda e garantir que a economia brasileira retome o caminho do crescimento.
"Você tem todo o direito de se irritar e de se preocupar. Mas lhe peço paciência e compreensão porque esta situação é passageira", afirmou a governante ao se referir aos ajustes anunciados, como a mudança nas regras para a concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários, cortes nos gastos públicos e o aumento no tributo sobre a desoneração da folha de pagamentos das empresas.
"As medidas anunciadas pela presidente Rousseff são duras", considerou o chefe de ministros argentino, mas relativizou os protestos ocorridos no Brasil no mesmo momento em que Dilma explicava os ajustes no pronunciamento.
Segundo Fernández, em alguns lugares "houve manifetações que pareciam estar preparadas para protestar não importando qual fosse a mensagem".
A Argentina é o terceiro parceiro comercial do Brasil, atrás de China e Estados Unidos, além de ser o principal aliado dentro do Mercosul.