Economia

Governo aposta em reversão da balança comercial

Segundo a equipe econômica, o déficit da balança comercial brasileira deve ser revertido até o final do ano


	Contêiner sendo empilhados em um terminal de exportação no Porto de Santos: o BC estima um superávit de US$ 7 bilhões este ano
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Contêiner sendo empilhados em um terminal de exportação no Porto de Santos: o BC estima um superávit de US$ 7 bilhões este ano (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 09h55.

Brasília - O déficit da balança comercial brasileira deve ser revertido até o final do ano, avalia a equipe econômica. Mas a aposta é que uma recuperação mais robusta das exportações virá apenas em 2014, quando se espera que as economias do Brasil e do resto do mundo estejam crescendo a um ritmo mais forte e que o efeito da depreciação cambial seja sentido nos contratos das empresas brasileiras, sobretudo nas vendas externas de produtos manufaturados.

A equipe econômica traça um cenário de superávit comercial em 2013, considerando que o acumulado em 12 meses, encerrados em julho, ainda registra um saldo positivo de US$ 4,5 bilhões. O Banco Central, única instituição do governo a divulgar previsão de saldo comercial, estima um superávit de US$ 7 bilhões este ano.

Esta previsão já foi de US$ 17 bilhões no início do ano. A média dos analistas de mercado, divulgada na pesquisa Focus do BC, é de um saldo positivo de US$ 5 bilhões.

A piora do resultado comercial ao longo deste ano acendeu uma luz amarela no governo porque levou a uma deterioração das contas externas.

A previsão do Banco Central para o déficit em conta corrente este ano já aumentou de US$ 65 bilhões para US$ 75 bilhões. O mercado calcula que o rombo será de US$ 76,2 bilhões. O déficit em conta corrente inclui, além do resultado da balança, as contas de serviços, juros, dividendos e remessas.

Uma fonte da equipe econômica, porém, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o desempenho das contas externas ainda está em "níveis confortáveis". "O déficit em conta corrente é financiado com um bom perfil de financiamento, que é principalmente Investimento Estrangeiro Direto (IED)", disse. A fonte lembra que, no passado, o déficit comercial era financiado com capital especulativo de curtíssimo prazo, o que colocava o País em situação de vulnerabilidade externa.


"É importante levar em consideração o elevado nível de reservas e o que representa a economia do País em termo de estratégias de investimento. Nos últimos anos, o IED tem sido superior a R$ 60 bilhões. É número bastante robusto que mostra a solidez da economia e a confiança do investidor externo na economia brasileira, nos coloca numa situação bastante confortável", completou.

Atrasos

Apesar dos efeitos da estagnação do comércio mundial, a avaliação da equipe econômica é de que os dados da balança comercial este ano foram distorcidos pelos registros atrasados de operações de importações de petróleo que ocorreram em 2012 e pela redução nas exportações da Petrobras por conta da manutenção das plataformas de exploração de petróleo.

A fonte diz que os dados colhidos pelo governo mostram que já há uma recuperação das vendas externas de manufaturados. Com base em dados da Funcex, o governo afirma que a quantidade de manufaturados exportados no segundo trimestre de 2013 cresceu 4,1% em relação aos primeiros três meses do ano e 10,7% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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