Economia

Governo anuncia pacote de R$ 25 bi para construir silos

As áreas beneficiadas se localizam em regiões onde há maior deficiência na infraestrutura para estocagem da safra


	O plano prevê a liberação de R$ 5 bilhões de financiamento ao ano, de forma a elevar a capacidade nacional de armazenamento em um total de 65 milhões de toneladas
 (Germano Lüders/EXAME)

O plano prevê a liberação de R$ 5 bilhões de financiamento ao ano, de forma a elevar a capacidade nacional de armazenamento em um total de 65 milhões de toneladas (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2013 às 08h23.

Brasília - O governo deve anunciar, nesta terça-feira, 4, um plano de investimentos de R$ 25 bilhões em cinco anos para a construção de silos, com o objetivo de melhorar as condições de armazenamento e auxiliar o escoamento da produção de grãos.

As áreas beneficiadas se localizam em regiões onde há maior deficiência na infraestrutura para estocagem da safra. O lançamento coincide com o anúncio do novo Plano de Safra Agrícola e Pecuário 2013/14, que deve somar R$ 136 bilhões.

Uma das novidades é a inclusão de empresas produtoras de cereais entre os beneficiários do programa de incentivo à armazenagem, que antes só contemplava os produtores rurais e suas cooperativas.

Os juros serão subvencionados com dinheiro público, o que permitirá a oferta de uma taxa de 3,5% ao ano. Como a inflação está acima desse patamar, na prática serão juros reais negativos.

O governo pretende que os repasses de recursos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às instituições financeiras incentivem a construção de armazéns que permitam aumentar em 13 milhões de toneladas por ano a capacidade estática de armazenagem do País.

O plano prevê a liberação de R$ 5 bilhões de financiamento ao ano, de forma a elevar a capacidade nacional de armazenamento em um total de 65 milhões de toneladas.

O impacto real, porém, não será imediato, já que cada armazém leva, em média, dois anos para ser construído. Se não houver atrasos, os novos silos estarão prontos em sete anos.


O governo também avaliou a questão da capacidade dos fabricantes de atender à demanda pela construção de armazéns. Conversou com a indústria e deixou claro que, se os custos subirem e os preços ficarem mais altos por causa da demanda que será criada com o plano, não hesitará em liberar a importação de matérias-primas, incluindo o aço.

Déficit

Hoje, a chamada capacidade estática de armazenagem é de 145 milhões de toneladas, aí incluídos os 96 armazéns públicos e os 265 privados espalhados pelo País.

Só que a safra estimada no momento é de 184 milhões de toneladas, o que daria um déficit de armazenamento de grãos de cerca de 39 milhões. O governo federal, com seus 96 armazéns públicos, tem capacidade para guardar apenas 3,2 milhões de toneladas.

A FAO, órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, recomenda que os países tenham 20% a mais de capacidade estática de armazenagem. E essa é a meta do governo federal, embora não deva ser concretizada.

Com esse plano de financiamento para construção de silos, a capacidade estática cresceria para 210 milhões de toneladas, considerando que a produção ficasse estagnada em 184 milhões de grãos ao ano. Só que o volume ideal recomendado seria de 220 milhões de toneladas, diante do tamanho da safra.

A ideia do governo é descentralizar a estocagem de alimentos com a transferência para novas regiões e assim facilitar o escoamento de grãos. A prioridade é a nova fronteira agrícola batizada de Matopiba, que representa as iniciais de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Mato Grosso e Paraná, tradicionais produtores de grãos, também apresentam graves problemas de falta de armazéns e receberão financiamentos para a construção de locais, com o objetivo de evitar que os produtos continuem a ficar a céu aberto.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaGoverno DilmaGrãosInfraestruturaTrigo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto