Eduardo Paes: "O governo federal trabalha como se fosse agiota. A renegociação da dívida chegou num ponto em que se cobra uma taxa de juros absurda" (Tânia Rêgo/ABr)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 17h08.
Brasília - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), comparou as taxas de juros cobradas atualmente sobre as dívidas dos estados com agiotagem.
"O governo federal trabalha como se fosse agiota. A renegociação da dívida chegou num ponto em que se cobra uma taxa de juros absurda", disse após encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Paes passou esta quarta-feira, 27, no Senado, a fim de acompanhar a votação da proposta que reduz o indexador das dívidas estaduais e pedir a Renan celeridade na apreciação da proposta. O projeto estava na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas um pedido de vista coletiva adiou a votação para o dia 12 de março.
"O Rio de Janeiro talvez seja a capital brasileira com melhor condição fiscal hoje. Mas é inaceitável que você tenha uma cidade das dimensões de São Paulo com as dificuldades de investir que eles têm hoje", destacou.
Paes aproveitou para criticar o argumento usado pelo governo para adiar a votação e destacou que a votação do projeto não teria impacto direto na avaliação das agências de risco sobre a nota de investimento do Brasil.
"Quando você muda esse indexador, faz um lado ganhar e outro perder, mas o resultado acaba sendo o mesmo. Não é isso que mexe com a nota de investimento, com os desafios que o Brasil tem".
Ao sair da sala de Renan, Paes seguiu para a Câmara dos Deputados, onde deve se reunir com lideranças de seu Estado. Em seguida, o prefeito seguiu para o Ministério da Fazenda. O encontro de Paes estava inicialmente agendado com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. No entanto, Mantega está no Palácio do Planalto e a previsão era de que o prefeito fosse recebido pelo secretário do Tesouro, Arno Augustin.