Economia

Goiás quer R$ 1,9 bi do Tesouro para capitalizar a Celg

Rrecursos seriam utilizados para capitalizar a empresa para que o governo possa passar o controle acionário para a Eletrobras


	Linhas de transmissão de energia elétrica
 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Linhas de transmissão de energia elétrica (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 19h22.

Brasília - O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pediu nesta quarta-feira, 23, à presidente Dilma Rousseff a liberação de R$ 1,9 bilhão para a reestruturação da Companhia Energética de Goiás (Celg).

Os recursos seriam utilizados para capitalizar a empresa para que, a partir de então, o governo goiano possa passar o controle acionário da companhia para a Eletrobras.

Segundo o vice-presidente da Celg, Elie Chidiac, a presidente Dilma concordou com o pedido. A reunião foi realizada no Palácio do Planalto.

"A presidenta Dilma se comprometeu em trabalhar para a liberação desses R$ 1,9 bilhão", disse Chidiac, acrescentando que "a presidente deu o comando para que depois da reunião de amanhã (que será realizada no Rio de Janeiro, entre a Celg e a Eletrobras) o aporte seja liberado".

O Palácio do Planalto, no entanto, ainda não se pronunciou sobre o pedido do governo goiano.

A concessão da Celg vence em julho de 2015. Amanhã a direção da empresa goiana e a Eletrobras discutirão no Rio a efetiva federalização da companhia.

A ideia é fechar um acordo, no qual a estatal federal de energia passaria a ter o controle da Celg, com 51% das ações.

O governo de Goiás ficaria com 49%. Mas, antes de fechar o acordo de federalização, o governo goiano quer ter a certeza de que conseguirá a renovação da concessão por mais 30 anos, o que aumentaria o valor de mercado da Celg.

A diferença entre as avaliações de preço da empresa dificultam a negociação. A Universidade Federal de Goiás (UFGO) diz que a companhia vale R$ 6,5 bilhões.

Já a empresa de consultoria e auditoria Deloitte Brasil avalia em R$ 400 milhões, conforme documento entregue pelo governador de Goiás à presidente Dilma.

O material cita que "a principal divergência tem razão na posição da UFGO de entender impraticável a desconsideração da continuidade da concessão, sob pena de dano ao patrimônio público estadual".

"A Celg teve um congelamento das suas tarifas e isso acabou levando o caixa da empresa para um buraco muito grande. Agora estamos conseguindo recuperar o fluxo de caixa com investimentos na empresa", afirmou o vice-presidente da Celg.

Documento entregue ao Planalto aponta que a liberação de operação de crédito de R$ 1,9 bilhão à holding CelgPar já teria sido pré-aprovada pela Secretaria do Tesouro Nacional.

Parte dos recursos seria destinada à liquidação de dívidas com Itaipu.

Em janeiro deste ano foi anunciada a decisão de a Eletrobras incorporar a Celg ao seu guarda-chuva.

Em grave situação financeira, a empresa, mantida pelo governo do Estado de Goiás, vem tendo sua "federalização" discutida na Eletrobras e no Ministério de Minas e Energia desde o início de 2012.

A companhia de distribuição de energia elétrica goiana vem sofrendo com problemas financeiros há pelo menos quatro anos, período em que a qualidade dos serviços, acompanhados de perto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), vem despencando.

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