Economia

GM vê mercado no Brasil desacelerando por crise em 2012

Efeitos da crise de dívida da Europa e dos Estados Unidos afetaram nosso mercado de veículos novos, segundo a General Motors

As vendas da GM na América do Sul deverão passar das 1,026 milhão de unidades em 2010 para 1,4 milhão em 2015 (GM/Divulgação)

As vendas da GM na América do Sul deverão passar das 1,026 milhão de unidades em 2010 para 1,4 milhão em 2015 (GM/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 14h56.

São Paulo - O crescimento do mercado brasileiro de veículos novos em 2012 ficará abaixo da expansão vista este ano, em meio a uma base de comparação forte com 2011 e eventuais efeitos da crise de dívida da Europa e dos Estados Unidos, afirmou nesta quinta-feira o presidente da General Motors para América do Sul, Jaime Ardila.

O executivo estima vendas de 3,65 milhões de veículos novos no Brasil este ano, uma expansão de 5 por cento sobre 2010, mas prevê crescimento de 1 a 2 por cento para 2012, para cerca de 3,7 milhões de unidades.

"O mercado brasileiro já está em 3,7 milhões (de veículos) e ficar perto disso em 2012 já é excelente, dado o cenário. Diferentemente da crise de 2009, os governos estão com margem de manobra menor", disse ele, se referindo à adoção de medidas contra os efeitos da crise de dívida.

"O Brasil pode ser impactado porque depende de linhas de crédito internacionais, já que a poupança interna não é suficiente (...) Hoje, o governo do Brasil está mais limitado fiscalmente do que em 2009 porque a inflação está maior, o que torna mais difícil aumentar o gasto público", acrescentou o executivo a jornalistas em evento do setor em São Paulo.

Além do baixo crescimento para 2012 no Brasil, Ardila comentou que espera estabilidade nas vendas de veículos na Argentina, que devem encerrar o ano em 850 mil unidades, também diante das incertezas criadas pela crise financeira internacional.

Porém, passando 2012, considerado pelo executivo como um "ano de transição", a trajetória das vendas no Brasil e na América do Sul será retomada a um ritmo de alta de cerca de 5 por cento ano a ano, disse Ardila.

Apesar do crescimento, o executivo comentou que as margens de lucro continuarão na casa de um dígito, em meio ao aumento da competição no Brasil, que passou de quatro montadoras instaladas no país entre os anos de 1980 e 1990 para 15 marcas em 2000, chegando a 2014 com 23 empresas com vendas de mais de 1.000 carros por ano.

Segundo ele, as vendas da GM na América do Sul deverão passar das 1,026 milhão de unidades em 2010 para 1,4 milhão em 2015, com destaque para o desempenho do ainda pequeno mercado de miniveículos na região, que deve se expandir em modelos e marcas, atendendo ao ritmo de crescimento da renda da população.


"A famosa classe C do Brasil dobrou de tamanho (...) e a maioria das novas fábricas de veículos anunciadas no país será para atender esta classe, que segue crescendo", disse Ardila, referindo-se a veículos mais compactos que os atualmente vendidos no Brasil, mas que incorporam itens de inovação tecnológica como sistemas de entretenimento.

Apesar de prever o crescimento do segmento A, Ardila afirmou que o miniveículo Spark, da GM, vendido na Argentina, não será comercializado no Brasil por ter uma plataforma com custo inviável para o país.

Em vez disso, a companhia está avaliando modelos que serão lançados dentro da categoria no mercado brasileiro, estudos que vão integrar plano de investimentos que começará a ser divulgado durante o primeiro semestre do próximo ano.

Em 2012, a GM finalizará o plano de investimentos de cinco anos, injetando mais 1 bilhão de dólares em sua operação brasileira.

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