Economia

Gerdau vê Brasil mais competitivo com dólar valorizado

Ganho de competitividade, contudo, ainda é insuficiente para abrir mercados externos ao produto brasileiro, para presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter


	Estruturas de aço da Gerdau: no mercado internacional, Gerdau continua vendo cenário de excesso de oferta, o qual pressiona margens do setor siderúrgico
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Estruturas de aço da Gerdau: no mercado internacional, Gerdau continua vendo cenário de excesso de oferta, o qual pressiona margens do setor siderúrgico (Paulo Fridman/Bloomberg News)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 15h46.

São Paulo - A valorização do dólar ante o real ocorrida em 2013 ampliou a competitividade da indústria brasileira, mas ainda é insuficiente para viabilizar as exportações do setor siderúrgico, de acordo com o presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter.

Na visão do executivo, um dólar mais alto seria ainda mais favorável à indústria, mas o atual patamar já possibilita ao Brasil, ao menos, garantir competitividade de produção em relação aos níveis norte-americanos.

"Houve um momento, quando o dólar estava em R$ 1,60 a R$ 1,80, que estava mais barato produzir nos Estados Unidos, o que nunca havia acontecido. Hoje, com o dólar na casa de R$ 2,30, o Brasil está um pouco mais competitivo e a condição de produção (em relação aos Estados Unidos) é similar. Se antes era um mês lá e um mês aqui, hoje está um pouco mais para o Brasil", destacou o executivo.

O ganho de competitividade, contudo, ainda é insuficiente para abrir mercados externos ao produto brasileiro, segundo ele. "Ainda não é um dólar suficiente para o Brasil e a cadeia ficar competitiva e voltar a exportar", disse.

No mercado internacional, a Gerdau continua vendo um cenário de excesso de oferta, o qual pressiona as margens do setor siderúrgico.

"A importação (nos Estados Unidos) e o excesso de aço no mundo continua pressionando os negócios", disse Johannpeter, após ser questionado a respeito do ambiente de negócios da Gerdau nos Estados Unidos.

O executivo também lembrou que os Estados Unidos sofreram com um inverno rigoroso neste início, o que afetou não apenas o consumo de aço como também a percepção de outros setores da economia norte-americana. "Mas continuamos trabalhando com um cenário de crescimento da economia nos Estados Unidos e de consumo do aço", sintetizou o executivo, que foi nomeado nesta quinta-feira membro do conselho de administração da Câmara Americana de Comércio (Amcham) no Brasil.

Já no mercado brasileiro, o ritmo dos negócios neste início do ano se encontra mais lento do que o esperado inicialmente, segundo Johannpeter. "O começo do ano está um pouco abaixo do que a gente esperava, talvez por conta da incerteza geral proporcionada por fatores macroeconômicos mundiais que acabam afetando o Brasil", salientou.

O consumo de aço em projetos de infraestrutura dá sinais positivos em 2014, beneficiados por um ambiente positivo do agronegócio, além de empreendimentos relacionados à Copa do Mundo. O mercado automotivo, por outro lado, está "mais de lado", segundo o executivo, caracterizado por meses distintos de elevação e redução dos indicadores.

Acompanhe tudo sobre:acoCâmbioComércio exteriorDólarEmpresasEmpresas brasileirasExportaçõesGerdauMoedasSiderurgiaSiderurgia e metalurgiaSiderúrgicas

Mais de Economia

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta