Jorge Gerdau Johanpetter acredita que o melhor é deixar "o mercado trabalhar" (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2011 às 15h48.
Brasília - O presidente da Câmara de Gestão, Desempenho e Competitividade, Jorge Gerdau Johannpeter, evitou polemizar sobre a recente alta do dólar, salientando que, dependendo do interesse do setor, ele defende um valor maior ou menor para a moeda. "Não existe uma regra absoluta para dizer sobre o patamar do dólar", declarou ele, no Palácio do Planalto, após reunião da Câmara de Gestão. Em sua opinião, no entanto, não é preciso interferir neste tema e deve deixar o mercado trabalhar.
Gerdau reconheceu, no entanto, que o real está sobrevalorizado e a prova disso é o preço de vários produtos. Citou como exemplo o sanduíche BigMac que custa 42% a mais no Brasil, em relação ao preço pago nos Estados Unidos. Jorge Gerdau ressaltou que "o governo tem de estar atento porque as mudanças do patamar anterior para o atual foram muito rápidas". Gerdau insistiu, no entanto, que "se formos analisar o preço de muitos produtos no Brasil, em comparação com preços internacionais, indiscutivelmente você tem um preço do real sobrevalorizado".
Em seguida, o presidente da Câmara de Gestão, disse que "realmente tem de se deixar o mercado trabalhar". Para ele, "neste momento, esta instabilidade talvez seja muito mais causada pela não confiabilidade do euro, que tem impactos mundiais sobre a valorização do dólar e isto tem consequências em relação ao Brasil também".
Ao defender que não existe uma regra para o valor da moeda, Gerdau comentou: "qual é o valor da nossa moeda? Temos de comparar com a estrutura tributária e com as outras estruturas tributárias no mundo". "Se vamos para o setor industrial, eles vão querer que o dólar esteja próximo de R$ 2, outros setores acham que tem de ser mais e outros, menos", completou. Gerdau não quis comentar, no entanto, o aumento em 30 pontos porcentuais da alíquota de IPI na importação de carros fora do Mercosul, determinada pelo governo, na semana passada.