Economia

G20 está cauteloso com mercados, promete mudança cuidadosa

Esboço final da reunião trará que um plano de ação para impulsionar o emprego e o crescimento, enquanto requilibra a demanda global e a dívida

Ministros de finanças de países do G20 em uma conferência de imprensa durante a reunião do grupo em Moscou, na Rússia (Grigory Dukor/Reuters)

Ministros de finanças de países do G20 em uma conferência de imprensa durante a reunião do grupo em Moscou, na Rússia (Grigory Dukor/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2013 às 16h06.

Moscou - O G20, mostrando cautela com a volatilidade do mercado, prometeu nesta sexta-feira mudar a política cuidadosamente e comunicar de forma clara conforme buscam traçar um caminho para a recuperação.

Um esboço final do comunicado preparado para a reunião de ministros de finanças e membros de bancos centrais em Moscou traz que um plano de ação para impulsionar o emprego e o crescimento, enquanto requilibra a demanda global e a dívida, será preparado para seus líderes em setembro.

"Continuamos atentos aos riscos e efeitos colaterais negativos não pretendidos de períodos prolongados de afrouxamento monetário", mostrou o esboço, obtido pela Reuters.

"Mudanças futuras às determinações de política monetária continuarão a ser cuidadosamente calibradas e claramente comunicadas." Os ministros vão revisar o texto em um jantar com as mentes voltadas para as vendas globais em ações e títulos e uma fuga para o dólar, provocadas pelo plano dos Estados Unidos de retirar o estímulo monetário.

Os líderes do G20 se reunirão em São Petersburgo, em setembro.

Um documento preparado pelos técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a reunião de Moscou advertiu que a turbulência no mercado financeiro pode se aprofundar, a menos que os políticos tenham cuidado.

"A atual turbulência do mercado pode continuar e se aprofundar. O crescimento pode ser mais baixo que o projetado devido ao período prolongado de estagnação na zona do euro, e os riscos de uma desaceleração mais longa nos mercados emergentes têm aumentado", segundo a nota obtida pela Reuters.


"A eventual saída das taxas baixas e da política monetária não convencional em economias desenvolvidas pode apresentar desafios para as economias emergentes, especialmente se a saída avançar rápido demais ou se não for bem comunicada." O anúncio há dois meses do chairman do Fed, Ben Bernanke, de que a autoridade monetária norte-americana pode começar a reduzir seu programa de compras de títulos mensais provocou pânico com vendas generalizadas, especialmente em mercados emergentes.

Os investidores se acalmaram nesta semana durante o depoimento ao Congresso de Bernanke, que não está em Moscou, embora ele tenha dito que o fim do plano não foi descartado.

"Claramente existe um temor entre economias do mercado emergente de que após serem inundadas com entradas de capital...

podemos estar à beira de uma reversão dessa inundação", disse uma autoridade do Banco Central Europeu. "Então é importante dissipar essa preocupação." CHINA Fontes do G20 disseram que a China será encorajada a incentivar o crescimento guiado pela demanda doméstica e permitir maior flexibilidade da taxa de câmbio como parte dos esforços mais amplos para requilibrar a economia global.

"Estamos determinados a continuar o progresso com o requilíbrio da demanda global, o que requer o requilíbrio interno através de reformas estruturais e de flexibilidade da taxa de câmbio", traz o esboço.

Pequim ofereceu um alento nesta sexta-feira, removendo um piso sobre as taxas que os bancos podem cobrar dos clientes por empréstimos, o que por sua vez deve reduzir o custo de empréstimo para empresas e famílias.

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