O ministro francês da Economia, Pierre Moscovici: "Tem havido uma reação exagerada dos mercados, portanto estamos buscando o equilíbrio." (Francois Guillot/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2013 às 09h32.
Moscou - A equipe de resposta mundial à crise econômica vai lidar nesta sexta-feira com a perspectiva de mais volatilidade no mercado resultante de os Estados Unidos, China e o Japão buscarem um caminho para a recuperação.
Ministros das Finanças e membros de bancos centrais do G20, reunidos em Moscou, devem pedir uma maior clareza sobre a mensagem de política após sinais de retirada de estímulo monetário dos Estados Unidos terem provocado vendas globais em ações e títulos, e uma fuga para o dólar.
"Tem havido uma reação exagerada dos mercados", disse o ministro das Finanças francês, Pierre Moscovici. "Portanto estamos buscando o equilíbrio." O fórum que assumiu a liderança na crise financeira de 2008/09, e enfrenta agora uma economia global de várias velocidades na qual apenas os Estados Unidos parecem estar se aproximando de uma recuperação autosustentável.
A China, por anos o motor do crescimento global, está sofrendo uma desaceleração em meio a dúvidas sobre a estabilidade de seu sistema financeiro, o Japão embarcou apenas recentemente em um experimento fiscal e monetário radical, e a economia da Europa está mais parada do que avançando.
O anúncio do chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, de que o banco central norte-americano pode começar a reduzir suas compras de títulos mensais no valor de 85 bilhões de dólares provocou uma forte onda de vendas generalizadas em ações e títulos, e uma fuga para o dólar.
Os investidores foram acalmados por um depoimento flexível de Bernanke, que não irá a Moscou, ao Congresso norte-americano nesta semana. Ainda assim mercados emergentes --especialmente aqueles que dependem de commodities ou que têm déficits externos-- vêm tendo performance mais fraca.
Comunicação de política mais clara é "crucial para impedir uma séria volatilidade nos mercados financeiros", disse o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov.
Compromisso com emprego
Os EUA estão atingindo suas metas fiscais graças à melhora do crescimento e Washington pediu ao G20 que priorize o crescimento em vez da consolidação fiscal buscada pela maior economia da Europa, a Alemanha.
Ministros do Trabalho do G20, que se reuniram na quinta-feira, realizarão uma sessão conjunta na sexta-feira com ministros das Finanças, colocando a crise de emprego na Europa --onde o desemprego juvenil está em quase 60 por cento na Grécia e na Espanha-- no centro do debate.
"Temos dito nessas reuniões que a Europa precisa olhar o que pode fazer para fazer o motor do crescimento se mover de novo", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew, à Bloomberg Television. "O mundo precisa que a Europa cresça." Lew também disse ser muito importante que a China acelere reformas para ter um crescimento liderado pela demanda. Outros países do G20, liderados pelo Japão, estão buscando maior clareza da China sobre como os controles sobre seu sistema bancário sem regulação vão se dar.