Economia

G20 adverte que "enfraquecimento" dos países ricos pode se estender

O porta-voz do grupo ressaltou a escaladas de tensões comerciais entre Estados Unidos e China, as dúvidas sobre o e o alto nível de endividamento global

G20: o aumento da incerteza global fez o FMI reduzir para 3,3% a projeção do crescimento global (Marcos Brindicci/Reuters)

G20: o aumento da incerteza global fez o FMI reduzir para 3,3% a projeção do crescimento global (Marcos Brindicci/Reuters)

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EFE

Publicado em 12 de abril de 2019 às 16h24.

Washington — O G20 expressou nesta sexta-feira sua preocupação diante da possibilidade que "o enfraquecimento" das economias avançadas se "alimente mutuamente" e tenha como consequência um arrefecimento ainda maior do crescimento global.

"Reconhecemos o risco que o crescimento possa se deteriorar se o enfraquecimento em economias-chave se alimentar mutuamente", declarou Taro Aso, ministro da Economia do Japão, em entrevista coletiva ao término da reunião do grupo realizada dentro da assembleia de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), que acontece em Washington.

Aso afirmou que as perspectivas indicam uma "subida" da economia mundial na segunda metade do ano, mas ressaltou que os riscos estão "enviesados em baixa".

Neste sentido, elogiou o relaxamento das condições financeiras após a recente decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de apertar o botão de pausa no seu processo de ajuste monetário gradual.

Como exemplo dos riscos, Aso mencionou as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, as dúvidas sobre o desenlace da saída do Reino Unido da União Europeia e o alto nível de endividamento global.

"Devemos estar atentos a possíveis escaladas das tensões comerciais, aos riscos geopolíticos e a um súbito ajuste das condições financeiras", comentou o ministro do Japão, que ocupa este ano a presidência do G20.

Durante a semana, o FMI apresentou suas novas projeções de crescimento global, que rebaixou a 3,3%, dois décimos a menos que o previsto em janeiro, diante do aumento da incerteza global.

A diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde, destacou que a economia global vive "um momento delicado" e a recuperação prevista é de caráter "precário".

Lagarde classificou como "ferimentos auto infligidos" a imposição de tarifas, suscitada pelo agressivo protecionismo do presidente americano, Donald Trump, contra a China, e à qual o país asiático respondeu com medidas similares.

O G20 agrupa as principais economias avançadas e em desenvolvimento e representa 90% da economia e dois terços da população mundial.

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