(Sergio Souza/Unsplash)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de setembro de 2020 às 16h47.
Última atualização em 28 de setembro de 2020 às 17h54.
Embora tenham conseguido evitar uma "catástrofe fiscal", economias emergentes podem estar caminhando para uma trajetória de dívida insustentável, em meio aos esforços para atenuar os efeitos da crise provocada pelo coronavírus. É o que mostra reportagem divulgada nesta segunda-feira, 28, pelo Financial Times.
A matéria cita o Brasil como exemplo de país que enfrenta o risco de esgotamento da capacidade de endividamento. Segundo o texto, o governo brasileiro terá de decidir "em breve se irá controlar seus generosos programas de apoio social, arriscando uma reação social e política, ou pedir emprestado e gastar além de suas restrições, arriscando uma reação de investidores internacionais que enviariam sua moeda ao colapso, com disparada das taxas de juro".
O jornal britânico destaca que, em março, havia o temor de que a pandemia jogaria emergentes em uma crise de dívidas de grandes proporções. "Em vez de inadimplência, entretanto, houve novos empréstimos. Desde 1º de abril, os países em desenvolvimento levantaram mais de 100 bilhões de dólares nos mercados internacionais de títulos", ressalta.
O problema, aponta a reportagem, é que a situação fiscal de várias nações já chegou ao limite. O diário cita levantamento da agência Moody's que prevê avanço médio de 10% na relação dívida/PIB dos 19 maiores mercados emergentes apenas neste ano. "Até agora, no entanto, os pedidos de ajuda foram poucos. Embora dezenas de países tenham recebido financiamento de emergência do FMI e do Banco Mundial, a maioria tem sido em pequenos montantes", ressalta.