Agência
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 15h28.
Os preços internacionais de frete por contêiner seguem em queda, impactados pela baixa demanda após o Ano Novo Chinês e pelas mudanças tarifárias dos EUA. Embora os pedidos de comércio exterior tenham sido retomados, muitas fábricas chinesas ainda estão voltando gradualmente às operações.
Dados da Shanghai Shipping Exchange, divulgados em 7 de fevereiro, apontam que o Índice de Frete de Contêineres de Exportação de Xangai (SCFI) caiu de 2.045,45 para 1.896,65 pontos, uma retração de 7,27% na semana, marcando a quarta queda consecutiva.
As principais rotas transoceânicas registraram quedas acentuadas:
Desde o início de 2025, os preços médios do transporte por contêiner caíram cerca de 15%, ficando abaixo da média dos últimos cinco anos. O presidente da Kuehne + Nagel para a Grande China, Ni Xiaorong, atribui essa tendência a:
No curto prazo, a pressão para conter a queda dos preços deve se intensificar. Já no médio prazo, a rentabilidade das empresas de transporte de contêineres pode ser significativamente afetada.
Apesar da queda nas tarifas, executivos do setor observam um aumento nas consultas de frete marítimo. Um representante de uma empresa de logística de Zhejiang afirmou que as empresas de comércio exterior estão mais ativas nas cotações em relação ao mesmo período de 2024.
Já um executivo de uma grande transportadora de Xangai, que atende o mercado americano, prevê um leve crescimento na demanda global em 2025. Para ele, as tarifas dos EUA não devem impactar significativamente as exportações chinesas.
Em contrapartida, um empresário do setor logístico de Shenzhen destacou que a tarifa adicional de 10% imposta pelos EUA eliminou a corrida para antecipar exportações, levando a uma postura mais cautelosa na cadeia de suprimentos chinesa.
A crescente incerteza geopolítica tem levado empresas a reavaliar estratégias logísticas. Segundo Ni Xiaorong, a capacidade global de transporte deve crescer 7,3% até 2025, gerando excesso de oferta e aumentando a pressão sobre os preços do frete.
Além disso, a indústria global de transporte de contêineres deve entrar em um novo ciclo de expansão, com encomendas recordes de navios feitas em 2024. Esse aumento na frota global pode desequilibrar a oferta e a demanda nos próximos anos.