Trabalhador colhendo cana de açúcar na fazenda Jalles Machado em Goianesia, próximo de Brasília (Adriano Machado/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2013 às 16h09.
São Paulo - A frente fria que está nesta terça-feira em partes de São Paulo, Paraná e Minas Gerais impede a ocorrência de geadas, que levariam a perdas de produtividade nos canaviais, mas o tempo mais úmido interrompe a colheita, disse a Somar Meteorologia.
"Essa frente fria é mais benéfica do que prejudicial. Não fosse isso, já teria geado... Ela está impedindo o avanço da massa de ar polar", disse o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, da Somar.
Com isso, o meteorologista afastou o risco de geadas como as que ocorreram em 2011 e reduziram o rendimento agrícola dos canaviais.
A massa de ar polar provocou geadas na madrugada desta terça-feira no Paraná e deixou apreensivos produtores de trigo da região.
Para a cana, há risco de geadas na quarta-feira entre o norte do Paraná e o sul de Mato Grosso do Sul.
Por outro lado, em São Paulo --Estado com maior produção de cana-- não há risco e as temperaturas devem começar a subir já na quinta-feira, com tempo mais aberto.
"Ainda são temperaturas amenas, mas já começam a subir a partir de quinta-feira", ponderou. A Somar aponta temperaturas mínimas de 5 graus Celsius em São Paulo e entre 7 e 8 graus em Ribeirão Preto.
Moagem
O tempo chuvoso, porém, atrapalha a moagem da cana em algumas regiões do centro-leste de São Paulo.
"A chuva está prejudicando. A colheita está complicada, com algumas regiões de São Paulo paradas desde domingo", disse Santos.
Mesmo onde o volume de chuva foi menor, o tempo úmido também acaba impedindo a entrada das máquinas no campo, disse.
Santos estima que a colheita deve ficar interrompida por cerca de mais dois dias, mas a partir de quinta-feira a frente fria já começa a se afastar para o oceano, deixando o tempo mais aberto, e as temperaturas voltam a subir.
A moagem da cana no centro-sul, principal região produtora do país, que responde por cerca de 90 por cento da produção nacional, foi interrompida por alguns dias em junho por conta das chuvas, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar.