O presidente da França, François Hollande: objetivo do líder francês é estimular o crescimento e a criação de empregos (Ian Langsdon/Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2014 às 16h07.
Paris - O recém-empossado ministro das Finanças da França, Michel Sapin, declarou que vai discutir com a Comissão Europeia nas próximas semanas a velocidade da redução do déficit do país. Segundo ele, um excesso de austeridade poderia comprometer o potencial de crescimento do bloco europeu.
Em entrevista à rádio France Inter, Sapin afirmou que o calendário das metas para o déficit que estará em discussão, e não o caminho a ser seguido.
"Precisamos compartilhar a única preocupação que é importante: crescimento e geração de empregos, ao mesmo tempo em que equilibramos nossas finanças públicas."
O presidente François Hollande incumbiu o novo gabinete de convencer Bruxelas da importância de considerar planos para cortar impostos das empresas ao se definir as metas fiscais do país. O objetivo do líder francês é estimular o crescimento e a criação de empregos.
Espera-se que Sapin comece negociações com a Comissão Europeia o quanto antes, para ganhar tempo para trazer as contas públicas para um nível inferior ao teto de Maastricht, que é de 3%. O "programa de estabilidade" francês deverá ser apresentado até o dia 15.
A União Europeia já concedeu à França um adiamento de dois anos para se adequar à meta, que deverá ser cumprida até 2015. Autoridades em Bruxelas indicaram que devem resistir à tentativa do país de escapar dos objetivos mais uma vez.
Apesar dos esforços para o novo adiamento, Sapin, que já foi ministro do Trabalho, disse que é importante que a França siga tentando manter o orçamento próximo à meta. Para ele, quando o déficit for inferior aos 3%, a dívida começará a cair e a França poderá pagar menos juros.
Sapin declarou também que a política de redução do déficit e outras novas medidas serão financiadas por meio do corte de gastos, e não pela "opção fácil" de aumentar os impostos.
Segundo o ministro, isso fará com que a França tenha de andar em uma linha tênue entre austeridade e uma abordagem "séria" para suas finanças. Fonte: Dow Jones Newswires e Market News International.