De 400 mil a 500 mil mulheres, em 65 países, colocaram próteses fabricadas pela PIP; há suspeitas de que o produto cause câncer de mama (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2012 às 13h54.
Brasília - As autoridades francesas foram informadas, há dezesseis anos, da atuação da PIP (empresa francesa que usava silicone não autorizado para a fabricação de próteses mamárias), informou hoje (1º) o Ministério da Saúde da França. De acordo com o órgão, desde 1996 as autoridades tinham conhecimento sobre os implantes com problemas. De 400 mil a 500 mil mulheres, em 65 países, colocaram próteses fabricadas pela PIP.
Em um relatório sobre o envolvimento do governo no caso, o Ministério da Saúde informou que uma correspondência anônima, enviada a um de seus escritórios regionais, indicou questões sobre as práticas da empresa e sobre o número anormal de rupturas dos implantes. O documento destaca que os resultados de uma outra apuração foram ignorados até a companhia ser investigada.
No último dia 26, o fundador da empresa de próteses mamárias PIP, o francês Jean-Claude Mas, de 72 anos, ficou algumas horas detido e foi libertado depois de pagar fiança de 100 mil euros. Por decisão da Justiça da França, ele está proibido de deixar o país. O francês é acusado pelo Ministério Público de homicídio culposo.
Jean-Claude Mas admitiu ter usado um gel não autorizado para produzir as próteses de silicone. Porém, negou que o produto seja uma ameaça à saúde humana. A empresa PIP, em falência desde março de 2010, está envolvida em escândalo internacional por ter usado um gel industrial que substituía irregularmente o gel médico. Com informações da BBC Brasil.