Economia

França reduz previsão de crescimento e descumprirá meta

A França adiou até 2017 o objetivo de reduzir o déficit público a 3% do PIB, e revisou para baixo o crescimento para este ano


	Bandeira da França: governo esperava um crescimento para este ano de 1%
 (Balint Porneczi/Bloomberg)

Bandeira da França: governo esperava um crescimento para este ano de 1% (Balint Porneczi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 09h41.

Paris - A França adiou até 2017 o objetivo de reduzir o déficit público a 3% do PIB, dois anos depois do previsto, e revisou para baixo o crescimento para este ano, a 0,4%, anunciou nesta quarta-feira o ministro das Finanças, Michel Sapin.

Inicialmente, o governo socialista francês esperava um crescimento para este ano de 1% e uma aceleração para o próximo ano, mas agora projeta um avanço do Produto Interno Bruto para 2015 de 1%.

O ministro também reconheceu que devido à situação excepcional que a Eurozona enfrenta, o déficit público para 2014 e 2015 será superior ao de 2013 e 2014 e não conseguirá reduzi-lo a 3% antes de 2017, dois anos após o previsto.

O déficit do PIB francês será de 4,4% em 2014 e de 4,3% em 2015, depois dos 4,2% no ano passado, anunciou Sapin em uma coletiva de imprensa.

O ministro disse que o déficit somente passará abaixo da barreira de 3%, o limite marcado pela Eurozona, em 2017, ao invés de 2015, como havia se comprometido com a Comissão Europeia.

A França já precisou pedir dois prazos adicionais para atrasar as metas sobre déficit, a primeira vez sob a presidência do conservador Nicolas Sarkozy (2007-2012) e a outra no mandato do socialista François Hollande, no poder desde maio de 2012.

Segundo o ministro, o país mantém o objetivo de reduzir os gastos públicos em 21 bilhões de euros em 2015, uma semana depois de ter afirmado que não conseguiria devido à debilidade da inflação, que neste ano será de 0,5% e de 0,9% em 2015.

"O controle dos gastos é uma necessidade e iremos até o fim do objetivo de 50 bilhões de cortes previstos até 2017, começando pelos 21 bilhões previstos para o ano de 2015", declarou o ministro em uma coletiva de imprensa.

"Os 2 bilhões de economias que não serão feitos devido à debilidade da inflação serão compensados", disse, informando que o montante nominal de cortes não será aumentado em relação ao objetivo inicial.

O ministro contradiz, com isso, as declarações que fez no dia 2 de setembro à AFP, quando anunciou que o valor programado da primeira parte dos cortes não seria alcançado.

"Não podemos ter os mesmos objetivos com uma inflação que está sendo muito baixa", disse Sapin na oportunidade.

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