O presidente francês (e) recebe o premier italiano em Paris: Hollande enfatizou a qualidade das relações entre Itália e França (©AFP / Bertrand Langlois)
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2012 às 17h33.
Paris - O presidente francês, François Hollande, e o chefe de governo italiano, Mario Monti, proclamaram nesta terça-feira, em Paris, sua união no combate à crise que assola a zona do euro, e se mostraram confiantes em sua resolução.
"Reiteramos novamente nossa vontade de fazer todo o possível para que sejam aplicadas as decisões do Conselho Europeu (CE) do final do mês de junho, para que se defenda, preserve e consolide a zona do euro e para que possamos trabalhar para (manter) sua integridade", disse Hollande à imprensa.
"É tão importante para ambos - a capacidade da zona do euro em contribuir com o crescimento social e econômico europeu - que não podemos permitir nem um minuto de falta de atenção", disse Monti, que após sua visita a Paris visitará Helsinque e Madri.
"Aproximamo-nos, assim como o restante da Europa, do final do túnel da crise, que começa a iluminar-se", disse Monti um pouco mais cedo à rádio italiana RAI 1, afirmando que é crucial que sejam implementadas o quanto antes as decisões adotadas em Bruxelas.
Em um comunicado comum, ambos dirigentes disseram que irão encontrar uma "nova ambição política" para a zona do euro.
Hollande enfatizou a qualidade das relações entre Itália e França, "um ponto muito importante para solucionar os temas dos quais ainda seremos responsáveis nos próximos dias para consolidar e reforçar a zona do euro".
"Houve progressos significativos nas últimas semanas: o Conselho Europeu de final do mês de junho, com o pacto de crescimento e os mecanismos de estabilidade", disse o presidente francês.
Apesar de os dois dirigentes não terem dado detalhes sobre sua reunião, a imprensa alemã afirma que França e Itália estão buscando maneiras de reforçar a capacidade do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).
Este fundo de ajuda financeira deve entrar em vigor no outono caso o Tribunal Constitucional alemão não o vete.
França e Itália querem que o MEE tenha uma licença bancária, o que lhe permitiria financiar-se no Banco Central Europeu (BCE) de maneira que sua capacidade para socorrer os países em crise seria teoricamente ilimitada.
A licença bancária permitiria assim dar confiança aos mercados, que se perguntam até onde estão dispostos a chegar os países europeus para resgatar a um dos seus em dificuldades.
A Alemanha, no entanto, se opõe a essa possibilidade.
"O MEE não possui licença bancária e não vemos motivos para dar-lhe uma", disse o Ministério alemão de Finanças à AFP.
Um membro do BCE, o austríaco Ewald Nowotny, é favorável à medida e espera que na quinta-feira o presidente da instituição, Mario Draghi, se pronuncie sobre a questão na reunião de governadores.