François Hollande, no poder desde o meados de maio, diz que os ricos devem pagar sua parcela, na medida em que a França luta para cortar seu déficit público (Thomas Coex/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2012 às 09h29.
Pairs - O novo governo socialista da França anunciou nesta quarta-feira uma série de aumentos de impostos no valor de 7,2 bilhões de euros, incluindo um imposto pesado sobre a renda das famílias e grandes corporações, para cobrir um déficit de receita este ano diante do fraco crescimento econômico.
O tributo único de 2,3 bilhões de euros sobre aqueles com renda líquida superior a 1,3 milhão de euros e 1,1 bilhão de euros em impostos extraordinários sobre grandes bancos e empresas de energia detentoras de ações de petróleo foram as partes centrais do orçamento alterado para 2012 apresentado ao Parlamento antes da votação no final de julho.
As medidas, em linha com as promessas de campanha do presidente François Hollande, devem ser aprovadas sem alterações, dado que os socialistas têm a maioria no Parlamento.
Hollande, no poder desde o meados de maio, diz que os ricos devem pagar sua parcela, na medida em que a França luta para cortar seu déficit público de 5,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado para 4,5 por cento este ano e 3 por cento em 2013, apesar da estagnação da economia e do aumento da dívida.
O novo orçamento seguiu uma avaliação desagradável das finanças públicas na segunda-feira feita pela auditoria estatal, que alertou que eram necessários cortes de déficit de 6 a 10 bilhões de euros em 2012 e pesados 33 bilhões de euros em 2013, para a França atingir suas metas de déficit e evitar o risco de um espiral da dívida pública.
"O esforço imediato virá de receitas tributárias, mas haverá um esforço sobre os gastos durante o resto do mandato do governo", afirmou em entrevista o ministro do Orçamento, Jerome Cahuzac, referindo-se à estratégia do governo de preparar um caminho para medidas de austeridade dolorosas com impostos sobre os ricos.
"Cortar gastos é como desacelerar um superpetroleiro: leva tempo", acrescentou o ministro.